O governador Mauro Mendes (DEM) pediu aos líderes do Congresso Nacional para intermediar um acordo entre o governo federal e o Instituto Butantan, com o objetivo de garantir a distribuição de uma vacina efetiva contra o novo coronavírus. O pedido foi feito durante viagem a Brasília na última terça-feira (3), que teve como um dos temas centrais o programa de imunização contra covid-19.
Sediado em São Paulo, o Instituto Butantan tem conduzido os testes da Coronavac no Brasil, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac. Contudo, a opinião pública está dividida sobre a compra de um imunizante desenvolvido pelos chineses. O assunto também se tornou o epicentro de uma disputa política entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador de São Paulo, João Dória (PSDB).
“A gente tá pedindo que o Congresso e os líderes políticos e partidários intermedeiem o diálogo para que o interesse da população em ter uma vacina e vencer essa doença possa ser colocado em primeiro lugar. Nós acreditamos que o bom senso vai imperar. O governo tá mostrando isso, já está autorizando o Instituto Butantan [a comprar a vacina]”, afirmou.
Mauro destacou que a disputa política entre Bolsonaro e João Dória (PSDB), governador de São Paulo, envolvendo a vacina é “lamentável”. Em sua avaliação, a tensão política não pode comprometer o interesse maior da população brasileira: encontrar uma saída para a pandemia.
“Parece que já estão olhando muito mais para 2022 do que para os problemas deste momento, e aí fica essa disputa clara entre João Doria e Jair Bolsonaro. Pode até disputar, mas não pode colocar os interesses da população brasileira em segundo plano”, disse.
O governador lembrou ainda que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, havia prometido aos governadores a disponibilização de 46 milhões de doses da Coronavac a partir de janeiro de 2021, mas foi desautorizado por Bolsonaro na manhã seguinte.
A polêmica cresceu ainda mais quando o general Hamilton Mourão, vice-presidente, garantiu que o governo vai comprar a Coronavac. Para Mauro Mendes, toda essa situação causa “estranheza” e, por isso, foi pedido que o Congresso Nacional intervenha de forma a garantir o interesse geral.