Visivelmente irritado com as acusações feitas pelo deputado Ulysses Moraes (PSL), o governador Mauro Mendes (DEM) cobrou uma resposta da Assembleia Legislativa para o que classificou como ‘mentiras deslavadas’ que estariam sendo divulgadas pelo parlamentar. Em conversa com jornalistas nesta terça-feira (2), o gestor questionou se a Assembleia terá coragem de processar o deputado caso comprove que ele está mentindo na acusação de sumiço de cerca de 31 mil doses de vacina.
“É lamentável, diante de tanta coisa séria que tem para fazer e trabalhar, ter que perder tempo com mentira, de alguém que ganha quase R$ 100 mil por mês para poder defender o cidadão, fica mentindo para o cidadão”, disse. “Mentira tem perna curta. Agora, espero que a Assembleia tenha dignidade de se posicionar sobre isso”, completou.
Ulysses Moraes tem questionado o governo sobre um suposto sumiço de mais de 30 mil doses de vacina após analisar documentos da Secretaria de Estado de Saúde, que tratam da distribuição das doses para os municípios. O parlamentar afirma que das 126.160 doses, apenas 91.762 doses foram distribuídas aos municípios, restando 34.398 doses que não foram distribuídas.
O governador e o secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, informaram que metade das doses foram retidas pelo governo, conforme orientação do Ministério da Saúde, para garantir que sejam aplicadas as duas doses do imunizante, conforme determinado pelos fabricantes das vacinas. Mauro revelou que até já convidou o deputado Ulysses para ver de perto as vacinas armazenadas, mas o parlamentar não teria ido.
“O governo já explicou isso em nota. As doses que chegaram, metade está guardado lá na secretaria, para a segunda dose. Metade das doses ficaram guardadas porque o Ministério assim orientou: ‘aplique metade e guarde metade’. Dali a três semanas vamos distribuir para os municípios a outra metade. Então, tá lá, ele foi convidado a ir e continua fazendo isso”, explicou.
Na manhã desta terça, o deputado Ulysses informou que fez uma denúncia à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal (MPF) para apurar a distribuição das vacinas. Ele alega que a conta não fecha e que o secretário de Saúde precisa explicar onde foram parar as vacinas.
“Como o governador não apresentou nenhum documento sobre [as vacinas], eu denunciei para a Polícia Federal e para o Ministério Público. O secretário vai ter que explicar, se foi falha ou corrupção, se foi corrupção ele tem que ir pra cadeia”, disse o deputado.
