Deputado federal por Mato Grosso, Dr. Leonardo (PSD) revelou nesta segunda-feira (22) que o Estado pode perder a oportunidade de comprar vacinas diretamente de laboratórios internacionais devido à indefinição do governo federal sobre o assunto. Segundo ele, as conversas já estão avançadas com dois laboratórios, mas há risco de perder a preferência, já que a demanda mundial para os imunizantes é grande.
Na última quinta-feira (18), o governador Mauro Mendes (DEM) revelou que estava em negociações avançadas para comprar vacinas de um laboratório internacional. Só que o Estado depende de um aval do Ministério da Saúde para fazer essa compra, pois corre o risco de ter a carga ‘embargada’ ou ‘sequestrada’ pelo governo federal, como já ocorreu no começo da pandemia, com respiradores.
“Eu conversei em São Paulo, com o CEO [a AstraZeneca], na semana passada e ele vai desistir, porque acaba que eles vão liberar para outros países. Você faz um pedido, não tá aqui a vacina, ela vem de outro país, é importada. Então está para desistir a AstraZeneca de fazer essa reserva aqui para o Estado de Mato Grosso. A gente fez contato também com a Sinovac, a gente não vai conseguir segurar esse estoque. Vai chegar outro país, vai chegar outro governo e vai levar”, disse o parlamentar.
Na avaliação do deputado, que também é médico, o Ministério precisa liberar logo a compra de vacinas diretamente pelos Estados e orientar o processo, pois isso aliviaria a carga sobre o SUS. O Ministério da Saúde tem dado prioridade por negociar diretamente o processo de compra de vacinas, mas tem dado sinais de que está tendo dificuldades nesta seara.
No último domingo (21), num episódio inédito, o Ministério pediu ajuda publicamente ao Palácio do Planalto para negociar vacinas com a Pfizer e a Janssen, em um ato inédito. Em nota, o Ministério afirmou que espera uma resposta entre esta segunda e sexta, 22 a 26 de fevereiro.
“O governo federal não tá dando conta. Então, vamos fazer de forma complementar. Nenhum Estado vai ficar acima da federação de forma alguma. A gente quer ajudar o governo federal para complementar a vacinação e antecipar as etapas, para que a gente possa vacinar mais gente”, destacou Leonardo.