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Política Terça-feira, 30 de Março de 2021, 10:35 - A | A

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DESACATO

Prefeito diz que não fechará o comércio e desafia: "podem vir me prender"

Gabriel Soares

O prefeito de Campo Novo do Parecis (391 km de Cuiabá), Rafael Machado (PSL), afirmou que não irá cumprir a decisão judicial que determina quarentena obrigatória no município e em 49 outras cidades de Mato Grosso. Em entrevista realizada nesta segunda-feira (29), ele orientou os comerciantes a continuarem trabalhando normalmente.

“Podem vir me prender, autorizo a publicar [a fala]. Lockdown não traz resultado efetivo. Nós já vimos isso no ano passado. Eu não vou emitir decreto pelo fechamento. Quero que me provem com dados científicos que lockdown diminui casos de covid-19. O que tem que acabar são as festas clandestinas, aglomeração em beira de rio”, disparou o prefeito, em entrevista ao Portal Campo Novo.

Machado ainda defendeu que os comerciantes trabalhem normalmente e disse que irá “segurar a bronca” com a justiça caso haja alguma retaliação por não cumprir a ordem judicial.

Na decisão desta segunda-feira (29), a presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargadora Maria Helena Póvoas Gargaglione, afirma que os prefeitos que não cumprirem a determinação e decretarem o fechamento das atividades não-essenciais serão responsabilizados e punidos.

A decisão judicial determina o cumprimento do decreto estadual nº 874, que retomou a classificação de risco de contágio e elenca medidas a serem seguidas pelos municípios conforme seu grau de risco. Os municípios de risco muito alto precisam decretar quarentena coletiva obrigatória por 10 dias, podendo o prazo ser prorrogado caso a situação não mude.

Ao todo, 50 municípios de Mato Grosso estão no grau mais alto de risco de contágio. Entre eles estão Cuiabá, Várzea Grande e Campo Novo do Parecis.

EXEMPLO BRASILEIRO

Apesar dos questionamentos do prefeito, há exemplos de cidades brasileiras que conseguiram frear o avanço da covid-19 com o lockdown. O mais recente é a cidade de Araraquara, em São Paulo, que conseguiu zerar as mortes por covid-19 após um lockdown de 10 dias, que teve início em 21 de fevereiro. O dia sem mortes surgiu um mês após o lockdown.

A cidade paulista também registrou postos de saúde e UTIs menos cheios. Entre 21 de fevereiro e 21 de março, a média diária de casos caiu 58%, enquanto no restante do estado de São Paulo houve alta de 40%.

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