O deputado Paulo Araújo (PP), titular da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, alertou que o governo do Estado e as prefeituras de Mato Grosso devem começar a tomar medidas mais restritivas para conter o avanço da terceira onda da pandemia. Em conversa com jornalistas nesta quarta-feira (26), ele afirmou que o aumento abrupto na ocupação de leitos de UTI em Mato Grosso é preocupante e demanda ações urgentes.
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A taxa de ocupação das UTIs saltou de 77% na sexta-feira (21) para 87% na segunda-feira (24) e subiu novamente para 88% na terça-feira. Atualmente, o estado dispõe de apenas 63 dos 608 leitos para tratamento de quadros graves de covid-19. Além disso, Mato Grosso voltou a registrar mais de dois mil novos casos em um único dia, o que sinaliza para um novo aumento nas hospitalizações nas próximas semanas.
“Eu não tenho dúvida se continuar a crescer [a taxa de contaminação], e com certeza vai aumentar significativamente, é um indicativo de fechamento parcial”, disse. “O Poder Executivo, os prefeitos e os governadores, eles vão ter que tomar outras atitudes. Não tenha dúvidas. É questão técnica. Se você não tem leitos de UTI disponível e vem com uma crescente na taxa de contaminação, qual é a coisa mais responsável de fazer para o governante? É restringir a circulação de pessoas”, completou.
Na avaliação do deputado, a sociedade mato-grossense relaxou demais após o fim das medidas restritivas decretadas no auge da segunda onda da pandemia. Ele citou como exemplo as constantes aglomerações que estão sendo registradas em bares e casas noturnas em vários municípios.
“Vai na Praça Popular pra você ver, tá bombando. Então, aquele isolamento que depende da sociedade, ela relaxou. É por isso que esses indicadores epidemiológicos estão subindo. E é inevitável que, se essa curva continuar a crescer, o Poder Executivo, não só o Estado, mas também as prefeituras, vão ter que tomar medidas mais rígidas. Não tem outra alternativa. Vai deixar as pessoas morrer sem leito de UTI?”, argumentou.
Araújo também se posicionou contra o retorno das aulas presenciais na rede estadual, mesmo no modelo híbrido, antes da vacinação de todos os professores. O assunto será debatido nesta quarta-feira (26) na Assembleia Legislativa, com a votação do veto do governador a uma emenda que condicionada o retorno à vacinação.