O presidente Jair Bolsonaro disse, em visita a Sinop, que os países que fazem críticas ao Brasil em razão das queimadas são beneficiados em razão de 'queimar' a imagem do agronegócio brasileiro, um dos maiores players mundial no ramo da produção de alimentos. Segundo Bolsonaro, incêndios vêm ocorrendo ao longo de anos, mas em sua gestão as críticas estão mais incisivas.
A declaração de Bolsonaro ocorreu durante seu discurso. Ele também exaltou o agronegócio mato-grossense e prevê que o Brasil, na próxima década, vai passar a alimentar mais de três bilhões de pessoas.
"Temos sofrido uma crítica muito grande porque, obviamente, quanto mais nos atacarem melhor interessa para nossos concorrentes para aquilo que nós temos de melhor, que é o nosso agronegócio. Países outros que nos criticam não têm problemas de queimada porque já queimaram tudo", afirmou.
Ele ainda lembrou que o Brasil tem a matriz energética mais limpa do mundo e, proporcionalmente, o Brasil ocupa poucas áreas pelo agronegócio e a pecuária, com mais de 60% do território preservado. "Nós somos um exemplo para o mundo", afirmou.
Para Bolsonaro, entidades internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) querem sufocar a potencialidade brasileira na produção de alimentos. O presidente chegou a citar o pedido da organização para aumentar a demarcação de terras indígenas de 14% para 20%, o que foi imediatamente refutado por ele. Apesar disso, Bolsonaro afirmou que os indígenas são "nossos irmãos, são nossos parceiros, merecem a sua terra, mas dentro de uma razoabilidade".
"Fiquei feliz agora, quando foi falado que na próxima década, nós, com toda a certeza passaremos a alimentar quase três bilhões de pessoas no mundo. Isso não é para qualquer um, isso é para quem tem coragem, para quem respeita a terra, para quem respeita o meio ambiente e para quem quer o melhor para o seu povo e seu país. Isso nós temos aqui no Brasil", disse.
O presidente teceu elogios ao agronegócio mato-grossense, citando o processo de interiorização iniciado no governo do general Emílio Garrastazu Médici, terceiro presidente no período da ditadura militar e considerado um dos mais 'linha dura' durante o regime.
"Vocês hoje são o grande futuro do nosso Brasil. Fico feliz em visitar empresas como essas que vi agora a pouco, onde tudo se faz pelo milho, empreendimento de pessoas que tiveram a coragem de vir pra essas bandas e aqui fincar pé, acreditar e aqui produzir. Aqui é o coração do Brasil, onde nós conseguiremos a verdadeira independência, não só econômica, bem como aquela perante o mundo que vai passar a nos respeitar cada vez mais", concluiu.
