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Brasil Terça-feira, 20 de Dezembro de 2022, 16:07 - A | A

Terça-feira, 20 de Dezembro de 2022, 16h:07 - A | A

PRESO EM OPERAÇÃO

Ex-delegado que integrou quadrilha é levado a presídio de segurança máxima

g1 | TV Globo

O juiz Bruno Monteiro Rulière, da 1ª Vara Especializada em Orgação Criminosa, determinou na segunda-feira (19) a transferência do ex-delegado Marcos Cipriano de Oliveira Mello para o presídio de segurança máxima Penitenciária Laércio da Costa, também conhecido como Bangu1. A transferência foi cumprida à noite.

A decisão foi tomada depois que Cipriano – preso em maio na Operação Calígula, que mirou a exploração ilegal de jogos de azar pelo bicheiro Rogério Andrade - , foi flagrado usando o celular para falar com a mulher, a também delegada Daniela dos Santos Rebelo Pinto.

 

Ela é investigada na Operação Novo Egito, do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro, e suspeita de montar falsas operações policiais para favorecer Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como Faraó dos Bitcoins.

“Parte dos novos elementos trazidos são oriundos do compartilhamento do resultado parcial da quebra de dados telemáticos daquela. Os elementos apontam que o réu Marcos Cipriano de Oliveira Mello vem fazendo uso indiscriminado e criminoso de aparelho de celular com conexão à internet dentro da unidade prisional”, diz trecho do documento apresentado à Rulière.

Privilégios

O documento fala ainda que Cipriano é favorecido com privilégios, como visitas extraordinárias, entrada de visitantes não cadastrados e visita de um empresário, que teria ingressado no sistema se apresentando falsamente como advogado.

Ele também conversa com a mulher sobre a possibilidade de provocar matérias jornalísticas contra o Ministério Público e/ou Gaeco, e faz chamada de vídeo para falar com a filha.

Diretor e vice-diretor da cadeia são afastados

Após a transferência do ex-delegado para Bangu 1, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou, na manhã de terça-feira, que determinou o afastamento imediato do diretor e do subdiretor da Cadeia Pública Constantino Cokotós.

Segundo a pasta, a unidade prisional "ficará sob a responsabilidade da Corregedoria da SEAP até que se conclua a apuração dos fatos que culminaram no pedido de transferência do custodiado".

'Trabalho' para o juiz

Em outro momento, Daniela Rebelo pede o nome do juiz do caso do marido e dos promotores do Gaeco para fazer aquilo que chama de “trabalho”.

O material apresentado pelo Ministério Público tem mais de 28 páginas e foi analisado pelo juiz Bruno Rulière nesta segunda-feira (19), que prontamente determinou a transferência.

“Impõe-se a transferência de réu Marcos Cipriano De Oliveira Mello para estabelecimento prisional que se revele capaz de inibir adequadamente e efetivamente atos ilícitos noticiados. Determina-se a transferência, pelo prazo mínimo de 10 (dez) dias (observada a necessidade do caráter transitório da medida extrema), do réu para unidade de segurança máxima”, determina Rulière, que revoga ainda a prisão especial que o delegado teria direito

Delegado há mais de 20 anos

Marcos Cipriano era delegado há mais de 20 anos e já ocupou o comando de várias delegacias. Desde o ano passado, ele era investigado pela Corregedoria da Polícia Civil por uma ligação telefônica com Ronnie Lessa, apontado como o assassino da vereadora Marielle Franco.

Na época, Cipriano negou as acusações e alegou já ter prestado esclarecimentos sobre o caso. Ele acrescentou que a ligação aconteceu antes de Lessa ser acusado pelo homicídio de Marielle.

Em setembro do ano passado, Cipriano teve a indicação aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) como conselheiro para a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Rio (Agenersa).

A Agenersa afirmou que não comentaria a prisão do conselheiro, "uma vez que se tratam de fatos que não estão relacionados às atividades da agência e que ocorreram no período anterior à nomeação".

 
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