A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (2), uma operação para investigar uma associação criminosa que, segundo as investigações, usou aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para traficar drogas para a Espanha . As apurações, coordenadas no âmbito da Operação Quinta Coluna, também apuram um esquema de lavagem de dinheiro.
Ao todo, estão sendo cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e dois mandados que restringem a comunicação dos investigados. Os alvos também foram impedidos de deixar o Distrito Federal, por determinação judicial.
As investigações apontam "diversas estratégias do grupo criminoso" para ocultar os bens obtidos por meio do tráfico de drogas, "especialmente a aquisição de veículos e imóveis com pagamentos de altos valores em espécie", disse a PF.
A PF ainda não divulgou a identidade dos envolvidos. Segundo o G1, durante a operação, os agentes apreenderam drogas na casa de um dos suspeitos. As penas previstas para os crimes de associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro vão de 3 a 10 anos de prisão.
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A Justiça Federal de Brasília ainda determinou o sequestro de imóveis e de veículos dos suspeitos de integrar o esquema criminoso. Militares da FAB também participam do cumprimento das medidas.
Em junho de 2019, o segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues , de 38 anos, foi preso no aeroporto em Sevilha por portar 39 quilos de cocaína em sua bagagem, traficada dentro de um avião da FA B a serviço de uma missão presidencial - a viagem do presidente Jair Bolsonaro para o Japão, onde participa das reuniões do G-20, o grupo dos 20 países mais ricos do mundo.
O avião dava suporte à missão presidencial, e fazia uma escala na Espanha. Rodrigues atuava como comissário de bordo em voos oficiais da Aeronáutica. Como segundo-sargento, ele recebia um salário bruto de R$ 7,2 mil.
No ano passado, o militar foi condenado por uma tribunal de Sevilha. Inicialmente, a pena pedida pelo Ministério Público era de oito anos de prisão, além de uma multa de quatro milhões de euros.
Mas, em acordo com a promotoria espanhola, aceitou uma sentença de seis anos e um dia de prisão, além de uma multa de dois milhões de euros (cerca de R$ 9,5 milhões). Na oportunidade, ele confessou o crime e afirmou estar "profundamente arrependido".