A cantora Preta Gil deu uma entrevista ao "Fantástico" deste último domingo (8). No programa, Preta falou sobre o novo tratamento contra o câncer que enfrenta e afirmou que amputou o reto.
"Tudo nessa doença é um grande tabu. Eu amputei o reto e não posso ter vergonha, porque é a minha realidade", disse.
Nas redes sociais, Preta afirmou que o procedimento foi realizado como parte do tratamento contra o seu câncer de intestino (ou colorretal) diagnosticado em 2023, e foi feito há um ano, e não durante sua última internação.
Agora a cantora segue em um novo ciclo de tratamento para outros tumores.
Abaixo, entenda mais sobre o que é a cirurgia de amputação do reto, um procedimento que fecha o ânus de forma completa e permanentemente.
O que é a cirurgia?
O procedimento é indicado para a remoção do reto e do canal anal. Após a cirurgia, o ânus é fechado permanentemente e uma colostomia é feita para permitir o esvaziamento do intestino por uma abertura no abdômen, onde as fezes são coletadas em uma bolsa.
Segundo o NHS, o serviço de saúde britânico, a operação pode ser realizada por pequenas incisões ou um corte maior no abdômen, além de um corte ao redor do ânus.
Antes da cirurgia, é importante manter uma alimentação saudável e se exercitar levemente, como caminhadas.
O paciente também passa por uma avaliação prévia, com exames de sangue e um check-up geral. No dia da operação, o paciente deve estar em jejum e pode receber medicamentos, como laxantes e injeções para prevenir coágulos.
Quais são os principais tipos de câncer que podem levar a essa cirurgia?
Os principais tipos de câncer que podem levar à ressecção abdominoperineal do reto, como também é chamado o procedimento, são:
Câncer de intestino (ou colorretal): Especialmente quando ele é localizado muito baixo no reto, próximo ao ânus, onde pode ser necessário remover o reto e o ânus.
Câncer de ânus: Quando o câncer está localizado no ânus, exigindo a remoção do ânus e partes adjacentes do cólon.
Como é o processo cirúrgico?
A cirurgia começa com a preparação para a remoção do reto e do cólon sigmoide, a parte inferior do intestino grosso.
O cirurgião divide os vasos sanguíneos que abastecem essas partes do intestino e, em seguida, separa o cólon sigmoide e o reto do restante do intestino grosso. Em seguida, é feita uma incisão na região perineal, entre as pernas, para remover o ânus, o reto e o cólon sigmoide.
Após a remoção, uma colostomia permanente é criada. Ou seja, é criada uma abertura na parede abdominal, ligando o intestino a uma bolsa coletora, para eliminar fezes e gases.
Todo o processo normalmente leva entre duas e três horas.
Quais são os riscos e complicações mais comuns?
O procedimento pode trazer alguns riscos. Entre eles está a Síndrome Pós-Ressecção (LARS), que causa aumento na frequência e urgência das evacuações, além de incontinência para fezes e gases.
Esses sintomas podem continuar por 1 a 2 anos e afetam a qualidade de vida e o convívio social do paciente.
Além disso, podem ocorrer problemas intestinais como dor e dificuldade em controlar fezes e gases. A radioterapia pré-operatória também pode agravar esses sintomas devido a danos nervosos. Não há tratamento específico para a condição.