Félly Kuikuro, de 21 anos, morreu na última terça-feira (30) de tuberculose, após ficar duas semanas internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no município de Guarantã do Norte. O jovem indígena era conhecido como Pajé MC e atuava como rapper. O artista fazia parte da aldeia Afukuri, no Parque Indígena do Xingu, e pertencia ao grupo “Mc’s”.
No dia 13 de agosto, Félly teria chegado muito doente na aldeia onde morava, mas esperou até o dia 20 para buscar atendimento médico na cidade de Querência. O seu quadro de saúde piorou, então ele foi transferido para a cidade de Água Boa. O artista ainda foi transferido mais uma vez, dessa vez para a UTI de um hospital em Guarantã do Norte, onde ele veio a falecer.
Em nota, a página Azuruhu lamentou a morte do artista e contou que ele começou a apresentar os sinais da doença após participar de uma festividade.
“Nosso coração está em luto e desejamos que o Grande Espírito nos dê a possibilidade de nos sentirmos acolhidos nessa profunda tristeza que nos adentra”, dizia a nota da página Azuruhu.
Nas redes sociais, muita comoção foi gerada por causa da morte do artista.
“Ainda não acredito que um dos nossos parceiros, jovem artista, nos deixou. Usava a música como ferramenta de luta. [...] As rimas serão eternas em nossa luta!”, dizia uma das publicações.
Além de rapper, Félly era ativista da causa indígena e suas músicas viraram símbolos de resistência e representatividade.
“Que os espíritos da natureza o recebam e que sua força permaneça impulsionando os seus”, comentou outro.
O jovem será enterrado na aldeia Afukur, no Alto Xingu.