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VIVENCIANDO CUIABÁ

Patrimônio em ruínas: desabamento em casa tombada acende alerta em Cuiabá

Da Redação

Um novo desabamento foi registrado em uma residência tombada como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), localizada na Rua São Francisco, no bairro Baú, em Cuiabá. Parte da estrutura cedeu e atingiu um veículo estacionado em frente ao imóvel. Apesar dos danos materiais, ninguém se feriu. O caso ocorreu no último dia 25 de abril. Após o incidente, denúncias foram feitas ao Estadão Mato Grosso por frequentadores do local, que temem que novos desabamentos atinjam pedestres ou provoquem acidentes mais graves.

A casa pertence à empresária e suplente de vereadora, Marimax Comazze (União Brasil), e vem sofrendo com desabamentos sucessivos há cerca de um mês, agravados pelas chuvas intensas que têm atingido a capital. O imóvel, que é tombado pelo Iphan, tem parte de sua estrutura comprometida, o que representa risco tanto para moradores da região quanto para quem circula diariamente pela rua.

Um comerciante local relatou os esforços feitos por conta própria para conter os riscos provocados pela parede lateral da edificação, que divide espaço com seu estabelecimento, além de problemas com segurança. Segundo ele, além dos investimentos realizados sem apoio externo, há também a disposição de colaborar com as soluções necessárias, demonstrando interesse em ajudar de alguma forma para resolver a situação.

“Nós tivemos que fazer uma parede aqui, certo? A gente tem que fazer uma parede para segurar outra parede, porque as paredes aqui são todas germinadas. Então para nossa segurança, fizemos essa parede por conta própria, não pedimos ajuda de ninguém, mas mesmo assim ainda gera infiltração. Olha aí, a parede foi pintada agora, não tem dois meses. Além disso, meninos de rua estavam entrando aí dentro, entraram nos nossos estabelecimentos, eles entravam aqui para pegar cobre. Tivemos que fazer outro investimento, sem pedir a ajuda deles de nada, somente autorização. Colocamos serpentina e cerca elétrica, mas caiu com o último desabamento”.

Outro morador, que também pediu para não ser identificado, destacou o medo da proliferação de animais peçonhentos, o acúmulo de lixo e o uso do imóvel abandonado como abrigo para moradores de rua. Ele pede a limpeza regular do local e mais segurança para quem vive e trabalha na vizinhança.

Procurado pela reportagem, o irmão da proprietária afirmou que medidas já estão sendo tomadas. Ele destacou que no domingo seguinte ao desabamento o local foi limpo, mas as chuvas continuam dificultando a continuidade das ações. Segundo ele, a área já estava isolada com fita de segurança no momento do último desabamento, como forma de alertar sobre os riscos estruturais.

Ele também reforçou que a proprietária tem interesse em cuidar do imóvel, mas esbarra na burocracia exigida pelo Iphan para qualquer intervenção. “Até para derrubar um muro é necessária autorização. O processo é longo e demorado”, disse. Ele também comentou que os muros são germinados e que a colaboração da vizinhança é essencial para lidar com os desafios coletivos e evitar prejuízos maiores, sem desrespeitar as normas de preservação histórica.

O caso reacende a discussão sobre o estado de conservação dos imóveis tombados em Cuiabá e a dificuldade enfrentada por proprietários e vizinhos para garantir a segurança e a preservação dessas estruturas, muitas vezes esquecidas pelo poder público.

Veja vídeo:

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