As condições deficitárias de estrutura física, recursos humanos e de gestão da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), em Alta Floresta (MT), foram presenciadas pelos deputados estaduais Delegado Claudinei (PSL) e Ulysses Moraes (PSL). Eles se reuniram na quinta-feira (15), com o papiloscopista Valdecir Lage, os médicos legistas José Corrêa de Oliveira e Paulinelli Fraga Martins para conhecer a unidade.
A instituição está vinculada à Coordenação da Politec de Sinop e, há exatamente cinco meses, está sem gerente. De acordo com Valdecir, ele foi o último a assumir a gestão, mas devido ter recebido processos que não era diretamente a sua culpa, decidiu pedir a exoneração do cargo. “Respondi processos, como se a culpa fosse nossa. Fiquei nove anos no cargo e tentando resolver os problemas por cerca de cinco anos”, esclarece.
Efetivo
José Corrêa considera a equipe boa de trabalho, mas a falta de efetivo prejudica um atendimento com excelência para a população. “A gente está aqui para melhorar o serviço, nas condições possíveis. Já pedimos a contratação de profissionais, só postergam e nunca resolvem. O único que consegue fazer uma escala precária, mas adequada - cumprindo a legislação trabalhista - é a criminalística que conta com cinco servidores”, explica o médico legista.
A unidade conta apenas com 11 servidores, sendo dois médicos legistas, um técnico em necropsia, um papiloscopista, cinco peritos criminais e três administrativos. “Nós temos concurso com aprovados há três anos e não chamam. Atendemos sete municípios. A coordenadoria de Sinop assumiu Colíder, devido o nosso baixo efetivo. As outras carreiras estão insuficientes e não conseguimos fazer escalas”, detalha Corrêa.
“É muito preocupante a falta de médicos legistas, papiloscopistas, técnico de necropsia. Tem um concurso aqui, com o pessoal esperando em cadastro de reserva para os cargos de papiloscopistas e técnicos de necropsia. Este é uma outra cobrança que a gente tem feito ao governo do Estado, mas até agora não saiu nenhuma nomeação”, enfatiza Claudinei.
“Já fomos furtados, levaram uma grande quantidade de armas, drogas, evidências de locais de crimes, com essa estrutura física não tem como não roubar. Às vezes recepcionamos a vítima e o agressor no mesmo local. Já ficamos sem vaga para atender na sala de necropsia e a geladeira está estragada”, indigna-se José Côrrea.
Outros problemas apresentados pelos servidores foram o uso de equipamentos obsoletos para realização dos trabalhos finalísticos, como máquinas fotográficas, computadores e Kit Bill que tem a finalidade de fazer as coletas de digitais para cédula de identidade que é o documento nacional de identificação civil, conhecido por RG (Registro Geral). Também, apontaram a necessidade de mais um veículo para instituição devido só ter um para atender os sete municípios da região norte.
Além de Alta Floresta, a Gerência da Politec atende os municípios de Apiacás, Carlinda, Nova Bandeirantes, Nova Canaã do Norte, Nova Monte Verde e Paranaíta.