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Economia Sexta-feira, 22 de Janeiro de 2021, 11:00 - A | A

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DIA 1º DE FEVEREIRO

Caminhoneiros de Mato Grosso não vão aderir à greve nacional

Priscilla Silva

O comunicado de isenção da taxa de importação para pneus importados pelo Brasil ocorre em meio a uma ameaça de nova greve dos caminhoneiros. Representantes dos transportadores de carga em Mato Grosso já afirmaram que a classe não irá aderir ao movimento. Um dos motivos é o início da colheita da safra de soja, temporada 2020/21.

“Temos contratos feitos a mais de 20 anos, não podemos falhar agora na colheita, que é um momento crucial da safra. Entendemos que a classe está em dificuldade, mas esse não é momento para uma paralisação e também há a covid-19 e temos que respeitar as vidas”, argumenta Edgar Augusto Lauri, presidente da Associação de Proprietários de Caminhões e Transportadores de Cargas de Tangará da Serra, que responde por mais de 2 mil profissionais.

A nova paralisação dos caminhoneiros está prevista para ter início no dia 1º de fevereiro, sem previsão de término. O Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), que está à frente da mobilização, já reiterou a intenção da greve caso a pauta da classe não seja debatida. Uma das queixas é com relação ao reajuste da tabela do frete em 2,51% pelo governo federal. A decisão, publicada no Diário Oficial, é um cumprimento da política de reajustes criada no governo Michel Temer, em 2018, durante a greve dos caminhoneiros.

O ajuste na tabela foi autorizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O percentual levou em consideração a inflação medida pelo índice de preços ao consumidor amplo (IPCA) e o preço do diesel. Entretanto, representantes dos caminhoneiros questionaram o fato de o cálculo não incluir os ajustes ocorridos nos insumos, como os pneus.

“Acho que essa ameaça de greve tenha contribuído para a aprovação dessa medida [tarifa zero para pneus]. Porém, mesmo que ocorra a greve em outros estados, Mato Grosso e Goiás, por exemplo, não irão aderir. Estamos em um período de safra, em plena colheita e não vai ter greve. Não podemos parar nesse período do ano, pois se fizermos isso daríamos um tiro no pé. Precisamos que a colheita seja feita da melhor maneira possível para termos trabalho no restante do ano”, aponta Alexandre Schueroff, dono de uma transportadora de cargas no município de Sorriso (MT).

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