A colheita do algodão está chegando ao fim e alguns produtores têm registrado quebra de até 30% na produção, impactada pelo excesso de chuvas durante o plantio, além do período de seca e frio que atrapalharam o crescimento das plantas. Além disso, há um risco de redução do consumo da pluma no mundo, o que faria os preços entrarem em trajetória de queda.
A preocupação é exposta no boletim do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgado no início dessa semana. O Imea aponta que a colheita da safra de algodão já está em torno de 90% da área plantada e prevê uma produção de 4,69 milhões de toneladas do algodão em caroço. Em junho, o Imea estava prevendo uma produção de 4,91 milhões de toneladas.
Já a produtividade caiu de 290,90 arrobas por hectare (@/ha), estimada em abril deste ano, para 265,29 @/ha, conforme o último boletim. Além disso, o Imea também destaca que o consumo mundial da fibra de algodão reduziu 0,73%.
“Assim, se o menor consumo pelo algodão se confirmar ao longo do ciclo, o preço da pluma tende a assumir uma trajetória baixista”, diz.
O boletim também aponta que os subprodutos do algodão estão com uma tendência de desvalorização em Mato Grosso. O caroço apresentou queda semanal de 1,74%. Já a torta, produto obtido após a extração do óleo de algodão, apresentou queda de 2,97%. O produto pode ser utilizado na produção de corantes, ração animal e produção de farinhas alimentícias.
Já o óleo de algodão, produto vastamente utilizado em frituras, reduziu de R$ 6.712,15 a tonelada para R$ 6.555,71, uma queda semanal de 2,33%.
“89,56% da área estimada para a safra 21/22 já havia sido colhida, e na medida em que a colheita se aproxima do fim, a tendência é que o ritmo do beneficiamento fique mais acelerado. Assim, é esperado que os preços dos subprodutos continuem em ritmo de queda, como sazonalmente é observado neste período da colheita”, afirma o boletim.