Na tentativa de garantir a sobrevivência das lojas de seus clientes, as redes de shoppings centers iniciaram um processo de negociação com os locatários. Taxas foram reduzidas ou isentadas e o comércio digital foi estimulado, por meio de plataformas próprias dos shoppings.
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Tradicionalmente, o comércio em shopping aposta na venda física, com campanhas voltadas para atrair clientes ao espaço. Porém, com a proibição de receber público, as unidades precisaram acelerar o processo de modernização dos serviços.
“O on-line veio para ficar. A pandemia só fez adiantar projetos que eram para daqui dez anos”, destacou o empresário Júnior Macagnam.
O e-commerce ajuda a manter as interações com os clientes e as vendas. No entanto, pesquisa feita em julho de 2020, com frequentadores de shoppings, aponta que 58% deles sente falta do espaço físico. A pesquisa tratou dos impactos da covid-19 no consumidor de shopping center no Brasil e foi realizada pela empresa de consultoria e estratégia EY-Parthenon.
O estudo destacou também as principais reclamações dos consumidores sobre as compras virtuais. Dentre as insatisfações estão: os atrasos nas entregas, a dificuldade no manuseio das plataformas digitais, as falhas nos produtos e a deficiência nos canais para reclamações.
“No momento anterior à covid-19, a criação de plataformas on-line não era prioridade das administradoras, embora já existissem algumas pequenas iniciativas isoladas. O surgimento da pandemia acelerou esse processo de digitalização, em muitos casos até de maneira improvisada, ligando-os aos serviços de delivery center, drive-thru e marketplace”, descreve a pesquisa.
Na ocasião da divulgação da pesquisa, os especialistas ressaltaram que franqueados e pequenos lojistas foram os mais afetados pelas medidas restritivas, pois não dispunham de uma plataforma própria para as vendas online. Por isso, encontraram nas plataformas dos shoppings um ‘porto seguro’.
“Uma plataforma do shopping é um facilitador para a sobrevida deles. A ampliação do uso dos canais digitais é um item que deve ser reavaliado pelos lojistas e administradores de shoppings, pois esse novo modelo de comércio parece ter fincado raízes permanentes no relacionamento entre vendedor e consumidor”, concluiu o estudo.