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Economia Quarta-feira, 07 de Abril de 2021, 11:04 - A | A

Quarta-feira, 07 de Abril de 2021, 11h:04 - A | A

TEMPOS AMARGOS

Um em cada três famílias cuiabanas não conseguiu pagar as contas em março

Cátia Alves

Cerca de 33,1% das famílias cuiabanas não conseguiram honrar suas dívidas em março de 2021, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC) em parceria com o Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio-MT (IPF-MT). Os dados mostram que a situação está ficando mais comum. Em março do ano passado, cerca de 29,6% dos cuiabanos não conseguiram quitar as dívidas.

Essa inadimplência está relacionada com as demissões e a falta de novos postos de trabalho devido à pandemia de covid-19. De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mato Grosso está entre os vinte estados brasileiros que registraram, no ano passado, taxas recordes de desemprego. A média no quarto trimestre ficou em 9,7% sobre a população em idade de trabalhar (acima dos 14 anos), ante 8% no ano anterior.

Apesar de histórico, o percentual de desocupados em Mato Grosso foi o menor registrado pelo IBGE no Centro-Oeste. O Distrito Federal teve o maior percentual (14,8%), seguido por Goiás (12,4%) e Mato Grosso do Sul (10%). As maiores taxas foram registradas em estados do Nordeste e as menores no Sul.

Em nível nacional, o índice de desemprego no Brasil ficou em 14,2% no trimestre finalizado em janeiro. Esta é a maior taxa já registrada para o período entre novembro e janeiro desde que a pesquisa começou a ser feita pela instituição, em 2012. Em um ano, o total de brasileiros desempregados saltou de 11,9 milhões para 14,3 milhões de pessoas, uma alta de 2,4 milhões.

O resultado do crescimento do desemprego é o aumento no número de pessoas endividadas. Em Cuiabá, cerca de 73% das famílias estão endividadas, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela CNC. O índice atual é o mesmo registrado em janeiro. Em fevereiro, o número de famílias devedoras era de 74%.

A economista Thais Sampaio explica que o endividamento das famílias tende a aumentar mais nos próximos meses, devido à retração econômica provocada pela segunda onda da pandemia.

"Talvez em 2022 voltem a ter mais controle sobre as finanças, mas isso depende se a curva pandêmica diminuir, se houver avanço na vacinação e um aumento ou manutenção do auxílio emergencial. Isso poderia fazer com o que o próximo ano seja diferente", avalia.

FUJA DO CARTÃO - O grande vilão das dívidas continua sendo o cartão de crédito. De acordo com José Wenceslau de Souza Júnior, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio MT), 75,4% dos entrevistados tem alguma dívida parcelada no cartão.

“A oscilação dos últimos meses demonstra estabilidade. Sete em cada 10 famílias possuem algum tipo de conta parcelada e o uso do cartão de crédito lidera, para 75,4% dos entrevistados, como o principal tipo de dívida neste momento”.

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