Não é um teletransporte literal, como geralmente pensamos, com a matéria sumindo aqui e aparecendo ali. Na verdade, o teletransporte quântico é muito mais realístico e possui diversas aplicações para o desenvolvimento da tecnologia. Essa é a importância de um teletransporte quântico a 44 km de distância de alta precisão.
Uma grande equipe de pesquisadores conseguiu realizar o feito, e descreveram o experimento em um artigo publicado em dezembro de 2020 no periódico PRX Quantum.
O que é esse teletransporte?
Um teletransporte quântico depende de um fenômeno que já abordamos anteriormente – o entrelaçamento quântico (ou emaranhamento quântico). O fenômeno consiste em tornar duas partículas “em uma só”. É como se duas partículas tivessem a mesma essência; um “boneco de vodu quântico”.
Einstein chamava, em um tom de deboche, de “ação fantasmagórica à distância”, já que enquanto vivo ninguém o fez experimentalmente. O fenômeno parece quebrar a lei de que nada corre mais rápido do que a luz.
Vamos utilizar um exemplo prático. A menor distância possível entre Marte e a Terra é de cerca de 54,6 milhões de quilômetros. Nessa distância, a luz leva cerca de três minutos de viagem. Então, todas as comunicações entre os dois planetas possuem esse delay. No entanto, com duas partículas entrelaçadas, uma modificação que eu faço aqui ocorre lá instantaneamente, sem quebrar a regra de que nada viaja mais rápido do que a luz.