Há cerca de um mês, o processo que Priscilla Alves Coelho move contra Ronaldinho Gaúcho teve uma importante movimentação. O juiz responsável pelo caso acatou o pedido de pensão compensatória atrelado à reivindicação de reconhecimento de união estável, que corre na 1ª Vara de Família, no Rio de Janeiro. Com isso, a mineira, uma das duas ex-noivas de R10, passará a receber durante um período cerca de R$ 100 mil por mês, como o Extra apurou com fontes.
Procurada pela reportagem, Priscilla não confirma o valor determinado, mas diz que é quantia bastante para ajudá-la a resolver sua vida financeira, segundo ela, desmantelada após ter sido expulsa pelo ex-jogador da casa em que ela morava com ele e Beatriz Souza, a outra noiva em questão, também arrolada no litígio.
A questão agora é encontrar Ronaldinho. O ex-jogador não está ficando em sua casa no Rio e se refugiou em Porto Alegre, onde tem um haras e parte da família. Com isso, ele ainda não foi citado por um Oficial de Justiça. O que tem de acontecer para que o pagamento tenha vigência.
“Pela primeira vez estou falando sobre esse processo porque agora existe uma decisão a ser cumprida. Ganhei a chance de receber pelo que passei em todos estes seis anos, e nos dois últimos principalmente. Meu advogado pediu equiparação ao mesmo estilo de vida que ele leva. Vou poder pagar minhas dívidas, seguir com meus planos e projetos. Agora, é questão de tempo para ele ser encontrado”, observa ela, que após rodar como motorista de aplicativo por alguns meses retornou o trabalho em marketing digital que fazia antes e durante seu relacionamento com Ronaldo: “A única pessoa naquela casa que trabalhava era eu. Porque até ele já se aposentou”.
Duas noivas em tempo integral
Priscilla conta que além de ter saído com prejuízos financeiros de sua relação com o craque, os emocionais foram incontáveis. A começar pela curiosidade e o julgamento ao participar de um trisal. “Me interessava apenas que minha família e meus amigos soubessem e entendessem isso. Nunca vi nosso acordo como algo de outro mundo. Tive uma relação heterossexual com o Ronaldo. Eu tinha meu quarto com ele, e a Bia o dela com ele. Não dormíamos todos juntos. Tudo o que houve entre nós foi às claras. Ele nos propôs uma vida de casados porque disse que não conseguia viver sem as duas e nós éramos amigas, nos dávamos bem”, explica.
Altos e baixos
Os dois se conheceram em 2013. Entre idas e vindas, foram seis anos. Uma relação de altos e baixos: “Passamos períodos de calmaria, mas Ronaldo começou a aprontar demais. |Eu ficava sabendo de tudo e tentava largar. Ele vinha atrás, eu voltava. Isso foi até 2017, quando ele me chamou para morar com ele. Eu não larguei meu emprego, mas fui com a esperança de um momento diferente. E foi assim, Um ano maravilhoso. Viajamos, curtimos, Ronaldo estava mais sossegado, embora as resenhas fossem até de manhã muitas vezes por semana na nossa casa, as ‘amigas’ desapareceram e ele só estava comigo e com a Bia, como disse q faria. Até que começaram os problemas novamente”.
Por problemas entenda-se mulheres atrás de Ronadinho, diz Priscilla. “Numa resenha destas, em dezembro de 2018, vi que ele olhava o celular a todo momento. A Bia me mandou mensagem dizendo que uma fulana estava ligando para ele. Não falei nada. Quando subi para dormir, estava com meu telefone e o dele. Tocou. Quando atendi era uma mulher pelada quarendo falar com ele. Desci, mostrei e questionei. Ele disse que tinha amigas e que elas iriam ligar para ele quando quisessem e que se eu não estava satisfeita era para pegar minhas coisas e ir embora”, recorda.
Agressão no jardim
O que veio depois disso, o Extra noticiou na época. Ronaldo chamou o segurança, mandou tirar o carro da garagem e quando saiu, Priscilla foi atrás dele. “Ele me jogou com toda a força no gramado da casa do vizinho. Aquilo foi tão surreal, tão imprevisível... Ronaldo nunca agiu daquela forma. Eu saí falando que tínhamos que conversar porque ele não tinha me achado no lixo, que eu não ia embora daquela forma. Passei a madrugada naquele canteiro, machucada, arranhada por espinhos, porque tinha uma roseira. Só voltei de manhã. Ele sumiu. Mandei mensagem. Ele perguntou se eu ainda estava lá e me bloqueou. Eu chorei até de tarde. Não comi. Eu estava sem chão. No fim, pedi a empregada, Graça, que me ajudasse, arrumei 11 malas, enfiei no meu carro e fui embora”, detalha.
Sem emprego — ela já havia se demitido de uma multinacional nesse período — e sem ter onde morar, Priscilla firmou um acordo com Ronaldo. “Pedi que ele me ajudasse por seis meses até eu me reestabelecer. Ele concordou”, diz. Os valores de R$ 10 mil por mês, no entanto, só foram depositados, de acordo com Priscilla, até fevereiro de 2019. “Ele disse que não tinha mais condições de me ajudar e nunca mais me atendeu. Foi quando procurei a Justiça”, esclarece.
Agora, ela diz que só quer receber o que lhe cabe (incluindo aí bens que foram adquiridos por ele após a união dos dois, ela garante) e fazer as pazes com o passado. “Não me arrependo de nada. Amei como talvez nunca ame outra pessoa. As pessoas viam o brilho no meu olhar”.