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Opinião Quinta-feira, 03 de Junho de 2021, 10:48 - A | A

Quinta-feira, 03 de Junho de 2021, 10h:48 - A | A

EDITORIAL - 03/06/2021

Início promissor

O surpreendente resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no 1º trimestre, com alta de 1,2%, deixou muita gente animada, enxergando a possibilidade de que o país registre crescimento econômico superior a 5% em 2021, mais próximo às estimativas para o crescimento global de 6%. O Goldman Sachs elevou sua estimativa para 5,5%, acima dos 4,6% que tinha previsto antes. O então pessimista Bank of America também reviu sua projeção, até então de 3,4%, e propôs um novo cenário com expansão de 5,2% no PIB brasileiro.

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Se estiverem certos, o Brasil voltará aos patamares pré-pandemia, quando a situação não era tão boa, mas também não era tão ruim assim. Mas ainda continuará abaixo do desempenho registrado antes da crise de 2015 e com algumas travas para que esse nível de crescimento se mantenha.

Importante também observar que os cenários dos bancos não incluíram em suas previsões de crescimento a crise hídrica que se avizinha, trazendo consigo a ameaça de escassez no fornecimento de energia para todo o país. Os próximos meses serão marcados por um aumento significativo no custo com energia elétrica, que deve causar reflexos em toda a economia brasileira. Mas cada coisa a seu tempo.

O resultado positivo do primeiro trimestre tem como principal responsável o agronegócio, carro chefe da economia de nosso estado. O boletim Focus, do Banco Central, mostra a agropecuária expandiu 5,7% em relação ao último trimestre de 2020, enquanto a indústria avançou apenas 0,7% e o setor de serviços 0,4%. Esse desempenho é resultado do boom das commodities iniciado com a recuperação das maiores economias do mundo, que tem causado uma valorização substancial dos principais produtos de exportação mato-grossenses.

Não à toa, Mato Grosso ostenta um dos melhores resultados no mercado de trabalho brasileiro, um desafio que ainda precisa ser vencido pelo restante da Nação se quisermos finalmente dar adeus à crise da pandemia. Enquanto a média nacional da taxa de desemprego está em 14,7%, chegando a 21,3% em alguns estados do Nordeste, Mato Grosso aparece na quarta colocação com apenas 9,9%. Ainda está longe de ser o resultado ideal, mas já demonstra um fôlego econômico surpreendente.

Ainda assim, continuamos a sofrer com as restrições impostas pelo combate à pandemia de covid-19. O setor de comércio e serviços em Mato Grosso ainda continua oscilando em seu desempenho, algo que só terá mudança efetiva quando conseguirmos retomar a vida normal. Para isso, não existe fórmula mágica. Só a vacina irá salvar nossa economia. Os dados mostra que estamos indo bem, mas apenas no início de uma longa caminhada para superar os efeitos desse inimigo terrível.

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