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Opinião Terça-feira, 20 de Abril de 2021, 10:58 - A | A

Terça-feira, 20 de Abril de 2021, 10h:58 - A | A

EDITORIAL 20/04/2021

Relaxamento sem displicência

Da Editoria

Ao que tudo indica, Mato Grosso caminha para um arrefecimento da segunda onda de covid-19, após fechar o mês de março mais letal da pandemia. A fila de pessoas que estão aguardando por um leito de UTI tinha ‘apenas’ 33 pessoas na tarde desta segunda-feira (19), bem melhor do que o resultado de semanas atrás, quando mais de uma centena de mato-grossenses aguardavam para ter o devido tratamento. São indícios de que há uma luz no fim do túnel. Só que não podemos relaxar.

Passado mais de um ano da pandemia, com dois picos, já conhecemos claramente o inimigo que nos cerca. Já sabemos, de cor e salteado, dos prejuízos que o descontrole poderá nos trazer, tanto nas perdas constantes de vidas humanas quanto no aspecto econômico. Também sabemos que ninguém quer passar por uma nova onda de restrições e fechamento de comércios, sobretudo porque ainda sequer superamos a mais recente delas.

Por isso, é preciso tomar com uma dose extra de parcimônia os decretos que liberaram o retorno das atividades comerciais. Lembremo-nos da sabedoria de Santo Agostinho, ao comentar o livre-arbítrio: ‘tudo é permitido, mas nem sempre me convém’. Em outras palavras, é permitido tomar uma cerveja com os amigos em um restaurante, mas será que convém aglomerar com pessoas fora do seu núcleo familiar? Essa é a pergunta que você deve se fazer todas as vezes antes de aceitar qualquer convite.

Ressalte-se que ainda não vivemos um período de alívio, propriamente dito. Ainda faltam leitos de UTI, medicamentos e insumos na rede hospitalar. Ainda estamos nos despedindo de mais de cinco dezenas de pessoas diariamente, um número que deveria ser considerado absurdo em qualquer situação. Lembremos ainda que nossos profissionais de saúde já estão esgotados, após dedicarem tantos dias nesta interminável batalha para salvar vidas.

Mais importante: não tente dar um ‘jeitinho’ de burlar a fiscalização para poder fazer sua festinha com mais pessoas, como tem sido feito nos últimos dias. O vírus não liga para o jeitinho, nem para a fiscalização. Respeitemos as pessoas que não podem trabalhar de casa e precisam frequentar as ruas para poder garantir o sustento de suas famílias.

As medidas restritivas estão sendo relaxadas para que as pessoas possam conquistar o pão de cada dia com seu trabalho, pois a fome mata tanto quanto o vírus. Não seja inconsequente. Cuide-se, mais do que nunca.

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