A advogada Isadora Tavares de Santa Catarina, que patrocina a defesa da influencer digital de Cuiabá, Kedma Oliveira, emitiu uma nota na tarde desta terça-feira (05), dizendo que sua cliente tem sido hostilizada nas redes sociais após ter criado coragem e denunciado as agressões sofridas, e que essa realidade é a de muitas mulheres brasileiras que se sentem desencorajadas a denunciar os homens violentos.
Isadora cita que desde que Kedma usou o seu Instagram para denunciar a violência, vem sendo questionada nas redes sociais e criticada a cerca da violência sofrida. A advogada cita que a influencer ligou para a polícia, mas devido a uma falha de rede, a única saída que encontrou para pedir ajuda, foi por meio do seu Instagram.
A advogada citou também o despreparo dos policiais de Santa Catarina, que faltou empatia com a situação e com a vítima, que chegou a ser ameaçada de ser presa, por querer usar o celular enquanto aguardava ser ouvida.
“O estigma e a desconfiança nas palavras das mulheres que são vítimas permanecem, e desde então Kedmah tem sido hostilizada pela coragem que teve de denunciar a agressão sofrida. Realidade similar à de todas as mulheres que decidem interromper o ciclo de violência e denunciar os abusos sofridos, por vezes, ao longo da vida”, detalhou a jurista.
Isadora Tavares também cita a violência institucional que até o momento não concluiu o boletim. A jurista também criticou a demora da perícia que só chegou ao local dos fatos, mais de 12 horas após o ocorrido e também após o suspeito ter ganhado liberdade depois do pagamento de um salário mínimo, o que deu tempo suficiente para ele alterar a cena do crime.
Por fim, a advogada cita que qualquer ataque a Kedma não será tolerado e os transgressores serão devidamente processados na forma da lei.
Punição
Kedma conseguiu na segunda-feira, uma medida protetiva que determina que o suspeito não se aproxime ou entre em contato com a vítima, mas a própria delegada responsável pelo caso, Patrícia Fronza, informou para a imprensa que não tinha certeza se as partes já haviam sido intimadas, pois a medida só é válida após vítima e agressor receberem as orientações.
O acusado foi indiciado por lesão corporal qualificada no dia do crime, mas teve a sua prisão convertida em liberdade após o pagamento de uma fiança no valor de R$ 1.100,00.