O advogado Artur Osti afirmou que a Justiça agiu com inacreditável benevolência com a família do adolescente que levou a arma utilizada para matar a adolescente Isabele Guiamarães Ramos, de 14 anos, no dia 12 de julho. O jurista, que representa a família da autora do disparo, encaminhou o documento à 8ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá. O adolescente era namorado da autora do disparo.
A mãe do rapaz foi perdoada dos crimes praticados e que serão revelados no decorrer da instrução. Já o pai do garoto foi agraciado com a transação penal decorrente da imputação de crime menos grave que o cometido, e pagou fiança, sendo livrado do processo.
Já a família da adolescente - indiciada por ato infracional análogo ao homicídio doloso - foi indiciada por pelo menos cinco crimes. Os pais da adolescente infratora foram indiciados pelos crimes de homicídio culposo, entrega de arma de fogo a pessoa menor, fraude processual e corrupção de menores. O pai da garota ainda responde por posse ilegal de arma.
Onde o empresário e sua esposa são acusados de homicídio culposo, o Ministério Público do Estado (MP-MT) cita, “que de imediato determinou à menor X. que as levasse até um móvel existente em seu quarto, onde costumava guardar suas armas de fogo, sem contudo, tomar os cuidados necessários em relação a segurança, já que se tratava de um móvel comum, com altura de 01 metro, permitindo assim, o acesso tranquilo de pessoas não habilitadas a essas armas, entre elas os filhos adolescentes”.
As imagens, às quais o Estadão teve acesso, mostram o adolescente manuseando armas de fogo e inclusive portando elas dentro de veículos e até junto a materiais escolares. O advogado pede novos exames periciais e investigação sobre a conduta do adolescente, que apagou os seus perfis nas redes sociais.
Em resposta às acusações do MP, Artur solicita perícia metalográfica e de microscopia eletrônica no case relacionado ao evento morte, perícia de microscopia eletrônica no local dos fatos, perícia de Touch DNA nos 17 cartuchos de munição armazenados, assim como no estojo de munição, perícia balística na arma de fogo Imbel .380 e também perícia de DNA no sangue apresentado na pistola Imbel.380.
Ainda como provas documentais, Artur solicita que seja determinada ao adolescente e seu genitor a apresentação de todas as mídias do circuito interno de imagens da sua residência, bem como solicita ao Instagram todas as publicações do perfil deletado pelo menor, visando identificar publicações do mesmo dentro do quarto de segurança existente na sua residência, ocasião em que livremente manipulava armas de fogo, munições, espoletas, dentre outros.
O advogado também requer que seja encaminhado um ofício ao Whatsapp para que traga aos autos a informação se, no dia 12 de julho de 2020, no período compreendido entre as 14h e 16h houve alguma atividade (ligações, mensagens, downloads, envio de áudios, etc.), identificada no perfil utilizado pelo pai e pela mãe do adolescente.
