O cenário do local do assassinato brutal da empresária Rosimeire Soares Perin, 56 anos, é o mais chocante da carreira de Marcel Oliveira, delegado responsável pelo caso. A revelação foi feita nesta manhã de sexta-feira (19), durante coletiva de imprensa sobre o caso, que está sendo investigado pela Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).
Segundo apurado, Rosimeire trabalhava com venda de máquinas de sorvete e descartáveis para o ramo. Ela já conhecia o principal suspeito autor do crime, preso na tarde desta quinta-feira (18), enquanto dirigia o carro da vítima, na estrada da Guarita em Várzea Grande.
Suspeito e vítima teriam tido um desacordo comercial e Rosimeire tentava receber a diferença de R$ 850. Ela teria ido até a kitnet, onde o assassino mora, no bairro Jardim Paula 1, em Várzea Grande. No local, os dois teriam iniciado uma briga. Segundo relato, o homem teria desferido um “mata-leão” na vítima, que ficou desacordada. No depoimento, o assassino revelou que enrolou a vítima em uma fita adesiva enquanto ela estava desmaiada.
“Em depoimentos, o suspeito contou que após 4 ou 5 minutos, Rosimeire acordou. Ele teria ficado desesperado, com medo dela o denunciar. Ao lembrar da vida que levava dentro do presídio pegou a faca e desferiu 3 ou 4 facadas no pescoço da mulher”, explicou o delegado.
No local do crime, peritos e delegados descreveram o local como “cena horror”, com riqueza de detalhes que ajudaram nas investigações do crime.
“Nos dois anos que estou como plantonista na DHPP, nunca vi uma cena como essa que tornou o fato irrefutável. Muitas manchas de sangue por todos os cômodos, marcas de mão de sangue nas paredes, também, pelas paredes e a faca de carne utilizada no crime também estava lá”, afirmou Marcel.
No relato, o suspeito contou que após o crime, procurou o seu sócio em um lava jato para ajudar na desova do corpo. O delegado revelou que a dupla acreditava que tinha realizado um “crime perfeito” e que certamente venderiam o veículo posteriormente e dividiriam os lucros. Marcel Oliveira descartou que o crime tenha sido premeditado, assim como a possibilidade de estupro.
“Nós acreditávamos que o suspeito poderia ter realizado crime sexual pois já tem passagem por estupro, mas isso já foi descartado”, explicou o delegado.
Segundo levantado pela reportagem, o principal suspeito na morte de Rosimeire é tornozelado e possuí passagens por tráfico de drogas, porte ilegal de arma, assalto e estupro. Há também a informação de que ele seria “disciplina” do Comando Vermelho (CV).
O celular da vítima ainda não foi encontrado. Os aparelhos celulares de um dos suspeitos foram apreendidos e passarão por perícia. A Polícia Civil continua nas investigações do caso brutal que chocou Várzea Grande.