Um homem, identidade não revelada, foi preso no dia 29 de janeiro, em um apartamento em Várzea Grande pelos crimes de assassinato e ocultação de cadáver. Ele é acusado de ter matado a ex-namorada, Lucimar Fernandes Aragão, 40 anos, no dia 11 de maio de 2020 e ter escondido o corpo, que ainda não foi encontrado. A linha de investigação é que a mulher tenha sido morta em razão de uma briga patrimonial. O casal se relacionava há seis meses.
Na prisão, ele negou as acusações, mas as investigações da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontam que o homem foi o último a estar com ela. O suspeito tem passagens por sequestro, cárcere privado, homicídio e furto.
Os investigadores descobriram também um desentendimento entre o casal. A mulher teria pedido que o namorado devolvesse o valor de R$ 40 mil investido em um terreno que eles haviam comprado no bairro Parque Geórgia, para construir uma casa. Ele, então, alegou que não tinha o dinheiro e também não planejava comprar sua parte.
Em outubro, os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão nas casas do suspeito, nos bairros Parque Geórgia e Cohab Cristo Rei, locais que ela costumava frequentar. Vários objetos do criminoso foram apreendidos, mas ele não estava no local.
O acusado chegou a ser encontrado em uma fazenda próxima a Cáceres (225 km de Cuiabá) em janeiro, mas ele conseguiu fugir dos policiais por uma zona de mata. Após isso, chegaram informações de que ele estava escondido no apartamento de um primo em Várzea Grande, local onde foi preso.
Em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (9) na DHPP, o delegado Fausto Silva revelou que as buscas pelo corpo continuam.
“Apesar da polícia ainda não ter encontrado o corpo da vítima, ele foi preso e responderá pelo crime de feminicídio e ocultação de cadáver. Não é a ausência dos corpos que deixaram criminosos como nesses impunes”, afirmou o delegado.
Ao ser perguntado sobre perícias que haviam sido realizadas na casa da vítima, o delegado Anderson Veiga - que esteve à frente das investigações no início do processo - revelou que a demora da família em acionar a polícia sobre o sumiço da mulher dificultou as investigações.
“A vítima tinha pouca ligação com a família, então, o seu desaparecimento só foi chegar ao conhecimento da polícia cerca de três meses depois do dia que ela teria sido assassinada”, comentou.
O delegado também revelou que encontrou uma poça de sangue no assoalho do veículo de Lucimar, uma S10. Contudo, até o momento, não foi possível fazer cruzamento de DNA para atestar se o sangue é da vítima.
Fausto revelou também que no dia 11 de março Lucimar telefonou duas vezes para um amigo e, por volta das 4h, para a Polícia Militar. Esta última ligação não chegou a ser completada. Apesar de todos os indícios, o suspeito não assume o crime e o corpo segue sendo procurado pela polícia civil.
Segundo os delegados, na época do crime, o homem trabalhava com caminhão basculante, tirando e levando terra de um local para o outro, o que pode tornar as buscas ainda mais difíceis, já que pode ter desovado o cadáver e aterrado e locais de difícil acesso.
O CASO
Lucimar Fernandes Aragão, 40 anos, desapareceu no mês de maio e somente no dia 10 de agosto a mãe da vítima procurou a polícia em razão da filha estar um pouco afastada da família.
A comunicante informou que desde maio não falava com a filha, que estava com o celular desligado. A mãe foi até a residência de Lucimar e encontrou a casa e o carro dela com aspecto de abandono.
Na ocasião, ela conseguiu informação da casa onde sua filha estava morando com o namorado. No endereço do namorado, ele foi perguntado sobre o paradeiro de Lucimar, informando que teve uma briga com a namorada e ela teria sumido.
Ainda de acordo com algumas testemunhas, por diversas vezes o casal foi visto brigando.
