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Polícia Segunda-feira, 28 de Dezembro de 2020, 17:16 - A | A

Segunda-feira, 28 de Dezembro de 2020, 17h:16 - A | A

LINHA DE INVESTIGAÇÃO

Menino Heitor foi encontrado sem sinais de desnutrição; situação reforça tese de sequestro

Jefferson Oliveira

O delegado Eugênio Rudy Junior, responsável pela investigação do desaparecimento do garoto Heitor Maciel da Silva, dois anos, disse que continuará investigando o sumiço do garoto, apesar de ele ter sido encontrado com vida no último domingo (27), em um lixão na cidade de Lucas do Rio Verde (334 km de Cuiabá). A polícia agora quer esclarecer as circunstâncias que envolvem o desaparecimento da criança.

Eugênio quer descobrir se Heitor realmente se perdeu ou se foi deixado no aterro sanitário por uma terceira pessoa.

“As investigações policiais continuam para sabermos as circunstâncias em que a criança chegou até o local e o inquérito policial tem 30 dias para se concluir”, afirmou o delegado.

O lixão onde o garoto foi encontrado fica próximo à chácara dos avós de Heitor, onde a família havia se reunido para celebrar as festas de final de ano. O local estava isolado, já que bombeiros e policiais faziam buscas constantes por lá desde o dia do desaparecimento e ainda não haviam encontrado sinais do garoto.

Ainda na manhã de domingo (27), os bombeiros estiveram no aterro com cães farejadores e não havia sinais de Heitor. Às 15h do mesmo dia, um homem que trabalha no local encontrou a criança vagando nua e acionou o Corpo de Bombeiros.

Outro fato que chamou atenção dos socorristas é que o garoto não apresentava quadro de desnutrição, nem de que estava sem comer, apesar de ter ficado quase 72 horas desaparecido.

No lixão, foram encontradas marcas de pegadas, que serão analisadas pela Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec). Todas essas pistas levam o delegado Eugênio a crer que o possível sequestrador de Heitor acabou ‘devolvendo’ o garoto no lixão devido à repercussão do caso.

O CASO - Heitor estava dormindo junto com a mãe na casa dos avós no dia 24 de dezembro, quando, por volta das 16h, a mulher se levantou e foi ajudar o marido a trocar um disjuntor que fica na chácara. Quinze minutos depois, a mulher retornou para o quarto, mas a criança já não estava lá.

Os familiares começaram a fazer buscas no entorno da propriedade rural. Sem sucesso, acionaram a Polícia Militar. Já no dia 25, policiais civis, militares, bombeiros e moradores do município se empenharam nas buscas. A operação contou com apoio de uma aeronave do Ciopaer e de um helicóptero emprestado por um produtor rural da cidade.

O caso rapidamente ganhou repercussão dentro e fora de Mato Grosso. As buscas se estenderam por toda a cidade. Já na tarde de domingo (27), passados quase três dias do desaparecimento, um trabalhador do aterro sanitário acionou os bombeiros dizendo ter encontrado a criança.

Heitor tinha escoriações pelo corpo e assadura nas pernas, o que levou os socorristas a deduzirem que a criança caminhou por um trecho considerável. O menino foi colocado em uma manta térmica e levado ao Hospital São Lucas, onde recebeu atendimento médico.

Heitor segue em tratamento e deve ter alta nos próximos dias.

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