Peritos encontraram vestígios de sangue nas roupas que estavam na casa de uma vizinha da adolescente que matou Isabele Ramos, com um tiro supostamente acidental. O caso aconteceu no dia 12 de julho, no condomínio Alphaville, em Cuiabá.
As peças de roupas, supostamente usadas por duas adolescentes que estavam na casa no momento em que Isabele foi morta, foram entregues à polícia por uma vizinha. Ela é mãe do namorado de uma das adolescentes e encontrou as roupas em sua casa no dia seguinte ao fato.
Os peritos analisaram três peças de roupas: uma blusa ‘cropped’ de cor branca, uma blusa preta com estampa de caveira e uma saia de cor vinho. As roupas foram submetidas ao teste imunocromatográfico, um exame específico para detecção de sangue humano.
“Amostras colhidas de uma das manchas pardo-amarronzadas da blusa descrita em “A” e de uma porção posterior da barra da saia descrita em “C” apresentaram resultado POSITIVO para a presença de sangue humano”, diz o laudo.
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RECONSTITUIÇÃO - Policiais da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) e peritos oficiais da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) terminaram na madrugada desta quarta-feira (19), a reprodução simulada do evento que levou à morte da adolescente Isabele Ramos.
O trabalho - que é uma das últimas etapas para elucidar o caso - iniciou às 19h33min, com uma policial e uma estagiária da Politec interpretando as ações praticadas pela vítima e pela autora do disparo.
O delegado que preside o inquérito, Wagner Bassi Junior, busca com a simulação comparar os depoimentos prestados com o laudo apresentado pela Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec). Duas contradições foram apresentadas entre o laudo oficial e a versão apresentada pela adolescente autora do disparo.
A garota relatou na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que o tiro teria acontecido quando a arma, uma pistola calibre 380, teria caído no chão e, ao levantar o objeto, teria apertado o gatilho ‘sem querer’, realizando o disparo, mas que não se lembrava de fato o que aconteceu. A adolescente ainda depôs que ela estava do lado de fora do banheiro e a amiga Isabele dentro do cômodo quando aconteceu o tiro.
No entanto, os laudos de balística e de local de crime apresentados pela Politec apontam que a arma seria incapaz de realizar o disparo sem o acionamento do gatilho e que, para que o mesmo fosse acionado, seria necessária uma força média de 2,061 Força (kgf). Já o laudo de local de crime diz que o tiro em Isabele partiu a uma curta distância de 30cm a 40cm e que o atirador estava no banheiro, de frente para a vítima, quando aconteceu o fato.