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Polícia Quarta-feira, 13 de Janeiro de 2021, 12:09 - A | A

Quarta-feira, 13 de Janeiro de 2021, 12h:09 - A | A

INDIGNADA

Primeira-dama cobra providências sobre suposto assédio no Indea e diz que caso não ficará impune

Jefferson Oliveira

A primeira-dama do estado, Virgínia Mendes, disse que repudia todo e qualquer tipo de violência contra a mulher, principalmente em ambiente de trabalho, e pediu o providências sobre o caso do presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea), Marcos Catão Dornelas Vilaça, alvo de uma denúncia de assédio sexual por uma ex-servidora de 19 anos.

Por meio das redes sociais, Virginia revelou cobrou providências por parte de seu marido, o governador Mauro Mendes (DEM), assim que tomou conhecimento do caso.

“Assim que tomei conhecimento em relação à denuncia de assédio sexual sofrida por uma jovem, ex-servidora do Indea-MT, por parte do presidente do órgão, imediatamente solicitei ao governador Mauro Mendes que tomasse as devidas providências em relação ao caso”, escreveu.

Leia mais: Servidora pede exoneração e denuncia presidente do Indea por assédio sexual

A primeira-dama destacou que este tipo de conduta não é aceitável na gestão Mauro Mendes e que o acusado não ficará impune.  Afirmou que é necessário que todos ajudem a combater a violência contra a mulher, pois somente assim teremos uma sociedade igualitária em direitos e respeito.

“Reafirmo o meu compromisso na defesa dos direitos das mulheres e ressalto que este tipo de conduta não condiz com os valores e princípios da nossa gestão, que preza pelo respeito às mulheres. Vamos dar um basta na violência de gênero. Respeito às mulheres em primeiro lugar sempre!”, acrescentou.

A presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDM-MT), Glaucia Amaral, também emitiu uma nota para a imprensa em relação ao caso. Glaucia defende que os fatos sejam apurados dentro do devido processo legal, com as garantias cabíveis.

Glaucia destaca que essa é a segunda vez que o instituto é alvo de denúncia de assédio e que essas situações devem ser combatidas, para evitar que todo tipo de discriminação e violência seja cometida.

O conselho sugere a instalação de um comitê que promova segurança, igualdade e espaço de denúncias dentro da instituição. 

“Por fim, esperamos que a verdade venha à tona e que a violência contra a mulher seja combatida e não passem impunes os que a praticam, ou qualquer outro tipo de violência no local de trabalho ou na sociedade”, diz.

Presidente se diz inocente:

Marcos se manifestou por meio de seu advogado Francisco Faiad. Ele diz que procurou a Delegacia Especializada da Defesa da Mulher (DEDM) pedindo para ser ouvido, mas não obteve uma resposta até hoje.

O presidente alega ainda que foi pedido à Corregedoria do Indea que abrisse uma investigação interna da denúncia, mas também não obteve resposta até a presente data.

A nota diz que Marcos tem a consciência tranquila de que nunca cometeu qualquer ato de assédio ou importunação sexual contra quem quer que seja.

O caso:

A jovem revelou que trabalhava com Marcos há sete meses. Quando o acusado virou presidente, a convidou para ser sua assessora, mas deu à jovem as tarefas de servir café, mostrar cardápios e realizar outras atividades diferentes da função para a qual foi contratada.

A vítima relatou que no dia 12 de novembro, quando foi repor as garrafas de água na sala, Marcos lhe disse que poderia tirar a máscara de proteção do rosto para ficar em sua sala. "Em seguida, quando verbalizava com a mesma, passou a massagear o pênis sobre a calça por alguns minutos, sempre olhando para a vítima", narra a denúncia.

Mesmo assustada, a jovem retornou ao trabalho no outro dia e somente após algum tempo contou aos familiares o ocorrido. O pai da vítima a orientou a deixar o serviço e denunciar o caso. A exoneração da jovem foi publicada um mês depois do ocorrido. A vítima teme represálias por conta da influência do presidente do Indea no meio político e social.

Leia mais: Presidente do Indea alega inocência e pede direito de ser ouvido na polícia

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