Mais de um ano se passou desde que três motoristas de aplicativo foram brutalmente assassinados em Várzea Grande. As vítimas, Elizeu Rosa Coelho, de 58 anos, Nilson Nogueira, de 42, e Márcio Rogério Carneiro, de 34, foram atraídas por um grupo que, aleatoriamente, solicitava viagens falsas e quando estavam em locais isolados o suficiente, agrediam e matavam os motoristas com requintes de crueldade. A onda de crimes foi executada por dois menores de idade e dois adultos, entre os dias 11 e 14 de abril de 2024. Além disso, o bando contou com o apoio de uma jovem que teria tido a ideia inicial de roubar os veículos dos motoristas e que também foi presa na época.
Contudo, uma última peça desse macabro quebra-cabeça, continua fora do lugar. Um suposto faccionado do Comando Vermelho e que participou ativamente dos crimes, chegando a gravar uma das execuções. Seu nome é Akcel Lopes Campos e ele continua foragido até os dias de hoje.
Á época, a reportagem do Estadão Mato Grosso apurou que Akcel, conhecido pelo apelido de HG, teria participado dos três assassinatos e seria o responsável por indicar o local onde os veículos dos motoristas assassinados deveriam ser escondidos para "esfriar" - prática adotada para constatar se o carro possuía rastreador.
Em depoimento à Polícia Civil, Lucas Ferreira (20 anos) afirmou que Akcel dizia que era membro da facção criminosa Comando Vermelho. Segundo Lucas, Akcel teria sido o responsável por filmar o assassinato de Nilson Nogueira, para enviar para outro suspeito, menor de idade.
Akcel também esteve presente na noite de "esbórnia" que os assassinos tiveram no Zero Quilômetro, após o assassinato de Nilson, quando gastaram cerca de R$ 2,6 mil em drogas, álcool e prostitutas.
Lucas também afirmou que Akcel teria sido um dos responsáveis por matar Márcio Rogério Carneiro a pauladas na noite de domingo, 14 de abril.
“QUE para terem certeza de que a vítima estava morta, "HG", colocou a mão no coração dele para certificar que haviam de fato matado a vítima; QUE após confirmarem que a vítima estava morta, saíram do local com o veículo Fiat/Pálio, deram uma volta e em seguida deixaram o veículo, próximo à Lagoa do Jacaré, em Várzea Grande”, diz trecho do depoimento que a reportagem teve acesso.
Lucas Ferreira da Silva foi condenado a 73 anos de reclusão pelos três latrocínios (roubos seguidos de morte). A condenação incluiu ainda os crimes de ocultação de cadáver, adulteração de sinal identificador de veículo automotor, corrupção de menores e associação criminosa.
O paradeiro de Akcel é um mistério e apesar dele ter sido condenado, o processo foi suspenso devido ao seu paradeiro indefinido.