O plano ousado para assassinar o advogado Renato Gomes Nery, ex-presidente da seccional mato-grossense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) começou a ser orquestrado ainda em março de 2024, quatro meses antes da execução de Nery, morto com um tiro na cabeça na porta do seu escritório, no dia 05 de julho, em plena luz do dia, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá.
Segundo o delegado Bruno Abreu, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (Dhpp), que preside a investigação do caso, o então 3° Sargento da Polícia Militar, Heron Teixeira Pena Vieira alugou a chácara que serviu de “QG do crime” no dia 16 de abril e logo um dia depois ele foi até Primavera do Leste, tratar com Jackson Pereira Barbosa, outro policial preso pela morte de Renato.
“Em um crime desse, de mando, você coloca aí de 30 a 90 dias antes do crime. Então assim, o Heron, que confessou a participação praticamente direta no crime, ele alugou a chácara no dia 16 de abril e no dia 17 de abril ele se dirige até Primavera do Leste para falar com um dos presos, que é o Jackson. Então você coloca aí mês de março, abril, para gente foi o início das tratativas para matar o advogado”, afirmou o delegado durante coletiva à imprensa nesta segunda-feira, 12 de maio. (Veja abaixo).
O ELO
Segundo as investigações da DHPP, Jackson era o elo entre os empresários Cesar Jorge Sechi e Julinere Goulart e o policial militar Heron. Ainda segundo já informado pela reportagem do Estadão Mato Grosso, os empresários desembolsaram R$ 200 mil para pagar Heron, Jackson e Alex Roberto de Queiroz Silva, caseiro da chácara alugada por Heron e efetivamente o assassino do advogado.
Contudo, ainda segundo o delegado, Heron não recebeu a quantia completa, sendo pagos somente R$ 150 mil. A motivação por trás da morte de Nery foi apontada como sendo uma disputa de terra no município de São Joaquim, que dura mais de 30 anos. A propriedade está na casa dos R$ 30 milhões.
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