Os deputados estaduais de Mato Grosso aprovaram na manhã desta quarta-feira (12) uma moção de aplausos para a operação policial realizada no Rio de Janeiro (RJ) na Favela do Jacarezinho. A ação foi realizada na última quinta-feira (6) e resultou na morte de 28 pessoas, entre elas 1 policial. Apenas o deputado Lúdio Cabral (PT) se manifestou contra a moção.
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O pedido de moção foi feito pelo deputado Xuxu Dal Molin (PSC) e acompanhado pela Comissão de Segurança da Assembleia na sessão ordinária. O presidente da comissão, deputado João Batista do Sindspen (Pros), frisou que a operação foi realizada após o recebimento de denúncias de que traficantes locais estariam aliciando crianças e adolescentes para a prática de ações criminosas.
O policial militar e deputado estadual Elizeu Nascimento (PSL) também declarou solidariedade aos policiais civis do Rio de Janeiro e afirmou que há “uma inversão de valores que faz com que os policiais trabalhem desmotivados”. “Eu creio que foi feito o que deveria ser feito. Foi dada a resposta a um grupo criminoso que recebeu a polícia a bala, com tiros de fuzis”, esclareceu.
O deputado Delegado Claudinei também exaltou a ação policial e argumentou que o alto número de mortes foi registrado devido à ação violenta dos criminosos, que receberam a polícia na bala. O deputado argumentou que a única vítima da operação foi o investigador da Polícia Civil, que acabou morto. Na avaliação do político, não há que se falar em chacina, mas em legítima defesa.
Único contrário à medida, Lúdio Cabral classificou como inadmissível a Assembleia aprovar a referida moção, pois ficou claro que a operação da polícia foi fracassada na favela, além de desastrosa e ainda criminosa.
“Vamos para os números dessa operação, haviam 21 pessoas investigadas por aliciar menores para o tráfico de drogas e a entrada era para deter 21 pessoas, dessa lista, três foram detidas e outras três foram mortas, as outras 15 não sei o aconteceu com elas, muito provavelmente fugiram. A ação policial terminou com 29 vítimas, portanto, 23 pessoas que não eram objeto de qualquer investigação. Há corpos ainda não identificados, 13 dos mortos não tinham qualquer relação com a investigação”, falou o parlamentar.
Wilson Santos (PSDB) tentou não polemizar e apenas disse que o estado de Mato Grosso já tinha problemas próprios e não precisava discutir o que aconteceu em outro estado.