O prefeito de Campo Novo do Parecis, Rafael Machado (PSL), recuou da decisão de manter o comércio em sua cidade aberto após a decisão judicial que determinou quarentena coletiva obrigatória nos municípios com grau de risco ‘muito alto’ para covid-19. Na tarde desta terça-feira (30), ele publicou um decreto acatando a ordem judicial.
Inicialmente Rafael se mostrou irredutível e disse que poderiam prendê-lo que ele não fecharia o comércio em sua cidade. A fala do prefeito não foi bem aceita pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), que logo pediu afastamento imediato do gestor.
Empresários do município, que fica a 381 quilômetros de Cuiabá, realizaram uma carreata na tarde de terça para demonstrar apoio ao prefeito e protestar contra o cumprimento da quarentena.
No mesmo dia, o gestor se reuniu com empresários ligados à Associação Comercial de Campo Novo do Parecis e reafirmou que era contrário à decisão de fechar o comércio. Só que, diante do pedido de afastamento imediato proposto pelo MP, decidiu cumprir a ordem da Justiça.
“O lockdown contribui, sim, para o desemprego e fechamento de empresas. Mesmo com a pandemia, não é comprometendo as atividades econômicas e fechando o comércio que vamos solucionar o problema. Diante da possibilidade de ver a situação ficar ainda pior, com afastamento, comuniquei nossa adesão do decreto”, disse o prefeito à imprensa local.
Rafael ainda criticou a atuação do MP e disse estar havendo uma inversão de valores de conduta no país. Ele diz ter sido alvo de uma ‘medição de poder’ com uma simples canetada. Para ele, fica complicado combater a pandemia com um Poder interferindo na esfera do outro.
Os vereadores do município também defenderam o que o comércio da cidade continuasse aberto.
De acordo com o boletim epidemiológico desta terça-feira (30), 4.440 casos de covid-19 foram registrados na cidade e 46 pessoas morreram de covid-19.