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Política Quarta-feira, 06 de Setembro de 2023, 21:06 - A | A

Quarta-feira, 06 de Setembro de 2023, 21h:06 - A | A

PASSANDO PANO

Assembleia minimiza absurdos de deputado e desfecho é mera censura

Da Redação

A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) decidiu censurar o deputado estadual Gilberto Cattani (PL), por 3 votos a 2, nesta quarta-feira, 6. A medida foi aplicada como punição devido à comparação de mulheres às vacas, no último 17 de maio. A decisão será publicada no Diário Oficial nessa semana.

Agora o relatório seguirá para apreciação e votação no plenário ainda esta semana. A punição se aplica apenas como uma nota de repúdio referente às atitudes do parlamentar.

 

A Comissão é presidida pela deputada Janaina Riva (MDB), tem Max Russi (PSB) como corregedor, e conta ainda com três membros: Diego Guimarães (Republicanos), Elizeu Nascimento (PL) e Júlio Campos (União Brasil). Os deputados que participaram da votação decidiram pelo sigilo dos votos.

Gilberto Cattani comparou mulheres às vacas ao Estadão Mato Grosso para justificar ser contra o aborto. A matéria foi publicada no dia 17 de maio e causou revolta no deputado, que ingressou com uma ação judicial contra o jornal, seu diretor, o empresário Geandré Latorraca, e a autora da reportagem, a editora-adjunta, Cátia Alves. A tentativa de censura do deputado, porém, não foi acatada pela Justiça.

Mesmo com a repercussão de suas falas, Cattani insistiu na comparação e chegou a publicar um vídeo com sua esposa imitando vacas, reproduzindo o som do mugido.

A representação contra Cattani foi protocolada pela presidente da Comissão da Mulher da OAB, Glaucia Amaral, e pela defensora pública-geral Maria Luziane, que pediram a abertura de um procedimento ético por quebra de decoro parlamentar. As entidades também pediram que seja investigada possível prática de discriminação contra mulheres.

NOVO CASO

Um novo pedido de investigação contra Gilberto Cattani foi encaminhado para análise da Comissão de Ética. Dessa vez, a autoria é da vereadora por Cuiabá, Maysa Leão (Republicanos), que o acusa de incitar ataques contra ela e sua família. Os dois participaram de um debate sobre penalidades para estupradores. A discussão, que durou mais de uma hora, teve um trecho de poucos segundos recortado pelo deputado e publicado em suas redes sociais.

Após a publicação, a parlamentar afirma que radicais têm ido às suas redes sociais desejando que ela, sua filha e sua mãe sejam vítimas de estupro. Isso porque, a publicação do deputado dá a entender que a vereadora é defensora de estupradores, enquanto, durante o debate, a parlamentar pontuou a importância da penalização, mas com limites, para que inocentes não sejam prejudicados.

No documento, assinado por 15 vereadores e entidades, Maysa pede que o Legislativo estadual apresente alguma resposta sobre o assunto, como a abertura de uma comissão processante para apurar possível quebra de decoro parlamentar de Cattani por manter o material, que está resultando em violência virtual.

 
 
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