A renúncia de Ivaine Molina do cargo de secretário de Fazenda, Administração e Urbanismo de Colíder (632 km de Cuiabá) desencadeou uma crise política no município. Anunciado na última segunda-feira, 5 de agosto, o pedido de demissão foi motivado por uma ameaça de morte ao seu filho, Ivaine Júnior, supostamente feita pelo pai do prefeito Hemerson Máximo (União).
Edson Máximo, o pai de Hemerson, teria ido até a casa de Ivaine Júnior para ameaçá-lo de morte, por temer uma possível cassação do filho, que está em pré-campanha para reeleição.
Segundo o boletim de ocorrência, a mãe de Ivaine Júnior, Elizabete Molina, estava em casa quando Edson chegou ao local, por volta de 16h30, e fez uma série de ameaças contra seu filho. Elizabete contou aos policiais que Edson temia uma possível cassação do mandato de seu filho e, por isso, resolveu tentar intimidar Ivaine. Antes de sair da casa, Edson teria dito que se Ivaine Júnior “acabar com a vida” do prefeito, ele iria “acabar com a vida” do filho de Elizabete. Edson ainda teria dito que a família nunca mais teria sossego.
“Meu marido respondeu a ele que crime eleitoral não colocaria ninguém na cadeia, apenas levava à cassação e citou como exemplo as eleições de Matupá e Nova Guarita, em 2020, onde os candidatos foram cassados e não foram presos. Afirmou [que] não iria Interferir na profissão do nosso filho e que se o Maninho cometesse crime eleitoral e houvesse como cassar, ele seria cassado”, detalhou a mulher no boletim de ocorrência.
Ivaine Júnior é advogado e também atuava como secretário no município, à frente da Secretaria Municipal de Assuntos Fundiários e Meio Ambiente. Porém, ele pediu demissão do cargo no último dia 29 de junho, por não concordar com a maneira como o prefeito administrava a cidade. Após Ivaine Júnior deixar o cargo, o ‘clima pesou’ na cidade, ainda mais porque o advogado está envolvido na pré-campanha de uma oponente do prefeito.
O pai do prefeito teme uma possível cassação porque Ivaine Júnior atua como advogado eleitoral e ficou conhecido no município por ter atuado na cassação de dois prefeitos da região em 2020, em Matupá e Nova Guarita.
O caso virou assunto na Câmara Municipal de Colíder na última segunda-feira, 5, devido à gravidade das ameaças. O vereador Euler Borges (PP) leu o comunicado de demissão na Casa, o que causou indignação nos outros vereadores.
“Muito triste realmente ter chegado em uma situação dessa e quem perde é somente a população. A Prefeitura Municipal perdeu mais um dos seus melhores secretários desta gestão”, lamentou o vereador.