O vice-governador Otaviano Pivetta (PDT) defende a adoção de uma política econômica que desestimule a venda de matérias-primas in natura para industrializar a produção em Mato Grosso. Isso representaria uma mudança completa na estrutura econômica do estado, que hoje é o maior exportador de commodities agrícolas do país, beneficiado por uma política econômica que isenta de impostos as matérias-primas destinadas à exportação.
A fala de Pivetta foi feita nesta quarta-feira (9), durante a assinatura de um empréstimo do governo para a construção de cinco mil pontes de metal e concreto, para dar fim às pontes de madeira, um pesadelo antigo da logística mato-grossense.
“Nós precisamos de uma política pública desestimulando a exportação de produtos in natura e estimulando o desenvolvimento das cadeias produtivas para fomentar a agroindústria e a agregação de valor nos produtos. Nós começamos fazendo isso com a carne, aceleramos esse processo com a produção de etanol de milho, mas isso só não basta”, disse Pivetta.
Na análise feita pelo vice-governador, somente a industrialização poderá reverter as desigualdades sociais e econômicas entre os municípios de Mato Grosso. Para isso, no entanto, é preciso vencer o desafio logístico, já que “temos muitos municípios bons isolados, por falta de condições”.
Uma das apostas é o desenvolvimento da cadeia produtiva do algodão, já que hoje Mato Grosso é o maior produtor do país, respondendo por 67% da produção nacional. Além disso, o algodão mato-grossense é considerado o de melhor qualidade em todo o mundo. Ainda assim, a maior parte da produção deixa o estado em sua forma bruta.
Um levantamento divulgado em 2019 pelo Observatório das Indústrias, da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), apontou que a industrialização de apenas 30% do algodão produzido em Mato Grosso seria suficiente para gerar 82 mil empregos. À época, isso representava mais da metade do contingente de desempregados no estado.
“Eu vejo com muito otimismo a cadeia têxtil, fazer um grande esforço de industrializar e desenvolver a cadeia produtiva do algodão, com fiações, tecelagens e confecções. Se mostrou a atividade que mais gera emprego no mundo. Nós temos a matéria-prima de maior qualidade em Mato Grosso”, destacou o vice-governador.
As regiões que iniciaram o processo de industrialização de industrialização já sentem os efeitos positivos. Lucas do Rio Verde, Sinop, Nova Mutum e Sorriso atraem investimentos bilionários para a produção de etanol de milho e hoje despontam como as cidades com melhor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M).