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Política Terça-feira, 07 de Janeiro de 2025, 14:39 - A | A

Terça-feira, 07 de Janeiro de 2025, 14h:39 - A | A

CAUTELA COM AS CONTAS

“Prefeito sabe o que está fazendo”, diz presidente do TCE sobre calamidade financeira em Cuiabá

Da Redação

O presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Sérgio Ricardo, afirmou que o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), sabe o que está fazendo ao declarar estado de calamidade financeira na capital. Em conversa com jornalistas nesta terça-feira, 07 de janeiro, o conselheiro afirmou que se trata de uma ação normal do Executivo.

“Entendo que todo prefeito sabe o que está fazendo. Se o Abilio decretou estado de calamidade, ele sabe o que está fazendo. Ele tem que ser respeitado, a gestão dele tem que ser respeitada, a ação dele tem que ser respeitada. É uma ação que ele tem como fazer, está previsto, então ele está usando aquilo que ele pode fazer”, disse.

Conforme o decreto, a calamidade financeira é motivada pelo crescimento da dívida do município nos últimos oito anos. No período de 2017 a 2024, o valor saltou para R$ 1,6 bilhão, levando à perda da capacidade financeira da Prefeitura de Cuiabá em manter e expandir os serviços públicos prestados à população.

O decreto determina ainda a implantação de um Comitê de Ajuste Fiscal, para reorganizar as contas da Prefeitura, e de um órgão para renegociação dos contratos, em busca de economia.

Para Sérgio Ricardo, a medida pode ter sido tomada por cautela, para que o novo prefeito tenha tempo para 'conhecer' a situação real da Prefeitura e reorganizar o fluxo de caixa.

“Certamente neste momento, talvez por cautela, ele decretou estado de calamidade por cautela, até conhecer qual é a dívida, o que a Prefeitura deve até poder ir gerenciando os pagamentos. É um mecanismo completamente normal”, concluiu o conselheiro.

O decreto também ressalta que a capacidade de arrecadação é insuficiente para honrar as despesas, uma vez que, foi identificado, ainda na fase de transição, déficits financeiros acumulados na ordem de R$ 518 milhões, além de despesas de R$ 369 milhões que não tiveram, pela gestão anterior, a devida reserva para quitação dos pagamentos.

Sérgio foi questionado sobre as falas do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) de que o Governo do Estado não repassava verba para a prefeitura. Por sua vez, ele viu o imbróglio como situação política entre Pinheiro e o governador Mauro Mendes (União).

“Sempre ouvi o ex-prefeito alegar isso, falta de repasse. Mas essa é uma discussão muito mais política do que real, entre esses dois gestores. Outra questão, eu não vi ainda o Abilio dizer que não está havendo repasses do governo nas obrigações que o governo tem. Até porque hoje é dia 7, certamente não deu tempo de o governo fazer algum repasse”, disse.

 
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