O ex-senador e ex-governador Júlio Campos (DEM) não poupou críticas aos membros do Ministério Público do Estado (MP-MT) durante entrevista ao Jornal da CBN Cuiabá na manhã desta segunda-feira (13). Em sua avaliação, os promotores tentam governar os municípios sem ter ser eleitos para tal. As críticas são relacionadas à interferência do MP nos decretos editados pelos prefeitos no que se refere ao combate à pandemia de covid-19.
Em seu entender, o MP exagera ao querer mostrar o poder de força que tem.
Na visão de Campos, depois da promulgação da Constituição de 1988, o Ministério Público ganhou uma força muito grande. Em sua avaliação, o resultado foi a aplicação com exagero grande dos MPs, tanto federal quanto a nível estadual. A situação piora, segundo Júlio, quando vem para a esfera municipal, o que gera mais uma crise.
“Isso pode gerar um terceiro conflito, ainda mais quando se tem um juiz que tem medo de contrariar o que o promotor pede. Tem muitas cidades que tem isso, o juiz fica temeroso em não acatar o que o que o pedido do promotor. O Ministério Público e alguns juízes, ao invés de dialogar também, de ouvir, pedir, conversar, quer usar a força da caneta. Aí é complicado!”, criticou.
O democrata também criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que o Senado instaurasse uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as ações do governo federal no combate à pandemia de covid-19. Para o democrata, a decisão monocrática só atrapalha, já que o momento exige união de todos.
Em sua opinião, o ministro não pode decidir o futuro do país em uma decisão monocrática. Para Campos, o Congresso precisa votar imediatamente uma medida que autorize os Poderes Executivo e Legislativo a cumprirem decisões judiciais apenas quando aprovadas pelo plenário, extinguindo assim a validade de decisões monocráticas.
“Tem ministro que quer aparecer. Dá cada decisão monocrática sem sentido, e o Supremo também está uma coisa horrível. Agora há poucos dias atrás anularam todos os crimes e corrupção que o Lula cometeu que não vale. Foi uma medida absurda eu acho, qual cidadão vai querer tomar uma medida dura sabendo que o Supremo vai anular tudo?”, finalizou.