O fechamento das três fábricas da Ford no Brasil mobilizou senadores nas redes sociais. A companhia norte-americana anunciou na segunda-feira (11) o encerramento das atividades em Camaçari (BA), Taubaté (SP) e Horizonte (CE). A medida pode provocar a demissão de 5 mil trabalhadores brasileiros.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) atribuiu a decisão da Ford ao "fracasso" da política econômica do presidente Jair Bolsonaro. "Perder 5 mil empregos no Brasil e ver que a Ford anunciou um investimento de R$ 3 bilhões na Argentina é perceber que não dá mais para tolerar um fracassado na Presidência que não enxerga que precisamos de uma proposta econômica efetiva que garanta emprego e renda para o Brasil", escreveu.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) criticou a atuação do ministro da Economia, Paulo Guedes. "As reformas trabalhista e da Previdência deram os resultados que tinham que dar: desemprego e aumento da desigualdade. Não melhorou nossa economia! Tudo isso aliado à política econômica irresponsável e à falta de credibilidade mundial de Guedes e Bolsonaro, são fatores determinantes para empresas como a Ford deixarem de atuar no país. Uma tragédia em larga escala!", disse.
Para o senador Humberto Costa (PT-PE), o fechamento das fábricas é resultado de "um governo sem diálogo, sem perspectiva, uma desorganização total". Para o senador Paulo Rocha (PT-PA), a demissão de trabalhadores da Ford é exemplo da "política de Paulo Guedes e Bolsonaro a todo vapor".
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) disse que o fechamento das fábricas da Ford não pode ser encarado como uma "notícia normal". "Em dezembro, foi a Mercedes. O mercado tem suas regras, mas certamente os fatos demonstram que faltam ao governo federal políticas industriais e de emprego competentes. Lamentável", escreveu.
Para o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), a decisão da companhia norte-americana é "mais um ‘legado’ do governo Bolsonaro". "O encerramento do parque industrial da Ford, após mais de um século de operação, ceifando 5 mil empregos diretos. O Brasil, sem liderança, afugenta investidores e entra na espiral de desemprego e desindustrialização", afirmou.
O senador Otto Alencar (PSD-BA) criticou a decisão da Ford. Ele lembrou que, para operar na Bahia, a empresa "teve doação de terreno, isenções fiscais federais e estaduais, equalização das taxas de juros e empréstimos de longo prazo". "A Ford pratica capitalismo selvagem. Não merece respeito", escreveu.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) classificou a saída da Ford como "um retrocesso". "Mais um recibo passado pelo desastroso governo Bolsonaro à economia e ao povo brasileiro!", afirmou. Prates compartilhou em suas redes sociais uma publicação do governador da Bahia, Rui Costa (PT), que também criticou a política econômica do presidente Jair Bolsonaro. "O encerramento da Ford no Brasil é consequência falta de confiança em nosso país, fruto da inoperância e politicagem do governo federal. Seguimos perdendo negócios, pois não existe segurança institucional. Vamos trabalhar para atrair investidores e lutar por esses empregos", afirmou Costa.
Quem também lamentou a saída da companhia norte-americana foi o presidente Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. "O fechamento da Ford é uma demonstração da falta de credibilidade do governo brasileiro, de regras claras, de segurança jurídica e de um sistema tributário racional. O sistema que temos se tornou um manicômio nos últimos anos, que tem impacto direto na produtividade das empresas", escreveu.
Em resposta a Rodrigo Maia, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) compartilhou uma publicação do ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, Fabio Wajngarten. "A Ford mundial fechou fábricas no mundo porque vai focar sua produção em SUVs e picapes, mais rentáveis. Não tem nada a ver com a situação política, econômica e jurídica do Brasil. Quem falar o contrário mente e quer holofotes", escreveu Wajngarten.
Demissões no Banco do Brasil
Outro tema que mobilizou os senadores nas redes sociais foi o plano de demissão voluntária anunciado na segunda-feira pelo Banco do Brasil. A instituição espera o desligamento de 5 mil funcionários e o fechamento de 361 unidades. "São 361 agências fechadas pelo Banco do Brasil. Muitas cidades do interior vivem de uma agência assim. É claramente o desmonte do banco para que seja vendido. Onde esse governo vai parar?", questionou no senador Humberto Costa.
O senador Jean Paulo Prates classificou a decisão do banco como "mais um desmonte de empresas estatais importantes para a economia do nosso Brasil". "A contribuição do governo Bolsonaro para a crise é forçar ainda mais a redução e a venda das atividades da Petrobras, do Banco do Brasil, da Eletrobras, dos Correios entre outros grandes conglomerados autossuficientes e lucrativos, jogando ainda mais gente na rua", criticou.
Para o senador Paulo Rocha, é preciso "resistir à privatização". "O Banco do Brasil é uma das empresas públicas mais lucrativas do país. Não vamos deixar este governo genocida privatizar um banco com 212 anos de contribuição para economia do povo brasileiro", afirmou.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)