O deputado federal Abílio Brunini (PL-MT) voltou a causar controvérsia durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta quarta-feira, 18 de outubro. Abílio afirmou que a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), tentam incriminar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) porque têm uma “paixonite” por ele.
"Vocês não estão nem aí para a investigação de nada. Vocês querem é aumentar a chance de ficar falando do Bolsonaro o tempo todo. Eu acho que é uma certa paixonite pelo Bolsonaro. Michele, toma cuidado, porque pode ser que a Jandira tenha uma paixão interna incorporada. Esse olharzinho seu aí dedurou", disse Abílio.
Abílio prosseguiu, sugerindo que o relatório final da CPMI, que contém mais de 900 páginas e foi aprovado nesta quarta-feira (18), é resultado do suposto interesse amoroso de Eliziane por Bolsonaro.
"Eliziane mesmo, colocou mil e poucas vezes a palavra Bolsonaro, bolsonarismo. Imagina ela digitando com aquele olhar de amor e paixão, fervor, pensando no Bolsonaro o tempo todo e, como não conseguindo alcançar seus objetivos pessoais ou internos, decidiu partir para o ódio, porque se ela não pode ter o Bolsonaro, ninguém terá", debochou Abílio.
As declarações de Abílio geraram imediata reação de Jandira Feghali, que acusou o deputado de praticar violência verbal contra as mulheres.
“Nem merece uma resposta no mesmo nível, porque é baixo demais. É muito baixo o nível, muito desrespeito, muita desqualificação e, de fato, esse tipo de fala não poderia existir no Parlamento brasileiro. Isso aqui é um lugar de representação popular, da democracia brasileira. E essa agressão, particularmente às mulheres, que tem sido feita aqui, como foi feita agora novamente, profundamente desrespeitosa, é a marca. Tá no DNA dos bolsonaristas”, desabafou a deputada.
O relatório final da CPMI apontou o ex-presidente Jair Bolsonaro como ‘mentor intelectual’ dos ataques às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, em Brasília. O documento pede o indiciamento de Bolsonaro e mais 60 pessoas por associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Quatro mato-grossenses são citados no documento, também com pedido de indiciamento. São eles: Antônio Galvan, presidente da Aprosoja Brasil; Lucas Costa Beber, vice-presidente da Aprosoja Mato Grosso; Alan Diego dos Santos, condenado por tentar explodir uma bomba nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília; e o sojicultor Humberto Falcão.