Um vídeo bizarro e repleto de mentiras feito por um pastor de Fortaleza (CE) sobre a CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, viralizou nas redes sociais nesta semana. Entre as principais "fake news" divulgadas por Davi Goes, do Ministério Canaã, estão que o imunizante pode causar câncer e até HIV.
"Ela vai atingir o seu DNA. Você não vai sentir nada na hora, mas, depois de um tempo, doenças aparecerão. Muitas pessoas vão morrer de câncer achando que foi porque comeu algumas coisa, porque era hereditário, mas na verdade é por causa da vacina ", disparou o pastor durante o culto.
Para tentar dar veracidade aos fatos, chega a citar um vídeo de um médico francês, sem dizer o nome do especialista, em que o ele alerta sobre os perigos da vacina e que o vírus teria sido criado em um laboratório na França e introduzido na China, para então se espalhar pelo mundo. Sem qualquer tipo de prova, Goes ainda complementa: "esse cientista disse que até HIV tem dentro da vacina".
Conhecido por ser bolsonarista e defensor do presidente Jair Bolsonaro, o pastor aproveita também para atacar o governador de São Paulo, João Doria , responsável pela compra de desevolvimento do imunizante chinês no Brasil.
"No mundo não tem uma nação comprando vacina da China , quem tá comprando? São Paulo. Você concordando comigo ou não, o presidente está dizendo que no Brasil não vai ser obrigado ninguém tomar, porque, se fosse outro, diria que todo mundo vai tomar", afirma.
"Já que está vindo a vacina , não me obrigue a tomar. Eu tomo se eu quiser, porque não tenho coragem de tomar uma vacina que vem da China, o país de origem do vírus, é loucura", finaliza o pastor.
A fala segue posicionamento recente do próprio Bolsonaro, que afirmou em entrevista à Band que não pretende ser imunizado contra a Covid-19 e revelou ainda que orientou o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, a divulgar os "perigos da vacina" para desestimular a imunização .
Além disso, faz crescer o apelo de grupos antivacinas , o que já pode ser vito no país por meio de pesquisas como a realizada pelo Datafolha nesta semana, que mostrou que 23% dos entrevistados não pretendem tomar nenhuma vacina , o que representaria cerca de 46 milhões de brasileiros.