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Cidades Terça-feira, 01 de Setembro de 2020, 14:53 - A | A

Terça-feira, 01 de Setembro de 2020, 14h:53 - A | A

QUASE 6 MIL FOCOS

Área destruída pelo fogo no Pantanal de MT é 9 vezes maior que o desmatamento ocorrido nos últimos dois anos, diz ICV

Kessillen Lopes | G1 MT

Os incêndios que atingiram o Pantanal mato-grossense, entre janeiro e 17 de agosto, destruíram 560 mil hectares do bioma, conforme dados divulgados pelo Instituto Centro de Vida (ICV), nesta terça-feira (1°). A área devastada é nove vezes maior que o desmatamento ocorrido na região nos últimos dois anos, que somou 59.950 hectares desmatados entre 2018 e 2019.

Até o dia 17 de agosto, sete das nove áreas de incêndios ainda estavam ativas na região.

O município com maior área afetada por incêndios foi Poconé, a 103 km de Cuiabá, com mais de 312 mil hectares atingidos e o correspondente a 18% de toda a área incendiada no estado. O município é seguido de Barão de Melgaço e Cáceres.

De acordo com o ICV, juntos, os três municípios localizados no Pantanal respondem por 31% da área impactada pelo fogo no estado no período analisado.

De 1º a 31 de agosto deste ano, o Pantanal registrou o segundo maior número de queimadas de sua história, desde o início do monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998. Foram 5.935 focos de calor detectados. O ano com maior número foi 2005, com 5.993 registros no mês.

Período proibitivo
O Instituto aponta ainda que, desde o início do período proibitivo, apenas nove pontos iniciais de incêndios se alastraram e foram responsáveis por impactar cerca de 324 mil hectares no Pantanal, maior parte da área total atingida por incêndios no bioma no período de quase 50 dias.

As nove frentes responderam por 68% de todos os focos de calor no período proibitivo no Pantanal.

Dos nove, segundo o ICV, cinco pontos estão em imóveis cadastrados no Cadastro Ambiental Rural (CAR), três em áreas não cadastradas e um na terra indígena Perigara, com 75% do território atingido.

Ações e responsabilização
Além de antecipar o período proibitivo das queimadas, o governo do estado tem lançado campanhas de combate aos incêndios no Pantanal.

No início de agosto, foi lançada a operação “Pantanal Verde”. Militares de Mato Grosso do Sul desembarcaram em Mato Grosso para ajudar os bombeiros a combater o incêndio de grandes proporções no Pantanal, na região de Poconé.

No entanto, para as instituições ligadas ao meio ambiente, é necessário que o governo responsabilize os infratores que têm causado queimadas.

A coordenadora do Programa de Incentivos Econômicos para Conservação, Paula Bernasconi, explicou, em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, que a maioria dos focos se concentram em área cadastradas no governo, o que facilita o monitoramento e, consequentemente, a responsabilização.

“A não responsabilização é o que está levando as instituições a cobrarem a falta de ação do governo, já que existe ferramentas de ação que não estão sendo usadas. Tudo isso acaba nos levando a uma sensação de impunidade”, afirmou.
O coordenador do Núcleo de Inteligência Territorial, Vinícius Silgueiro, acrescentou que, além dos incêndios causados por ações do homem, as condições climáticas neste período dificultam os trabalhos de combate ao fogo.

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