Dois dias após ter sido convidada pela Liga Acadêmica de Enfermagem de Educação em Saúde, da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), para falar sobre o Dia da Conscientização das Doenças Raras, a professora doutora do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), Julia Tristão, viu o seu mundo ruir.
Mãe da A.C.R, 6, que possui duas doenças raras e autismo, a professora foi comunicada pelo seu plano de saúde que as terapias funcionais que sua filha precisa não seriam mais reembolsadas, uma vez que já havia chegado ao limite de 40 sessões por ano contratual.
A professora, que até início do ano passado morava no Espírito Santo, sempre teve plano de Saúde Nacional da Bradesco, mas ao chegar em Cuiabá, percebeu que as terapias que sua filha fazia não estavam dentro do que o plano oferecia na capital mato-grossense.
Entrou em contato com concessionária por meio da ouvidoria e obteve a garantia de reembolso das terapias que deveriam ser feitas por profissionais de fora do plano. Mas em nenhum momento informaram sobre limite de sessões.
“A terapia é pra dar qualidade de vida, 40 sessões em um ano não é nada” afirma a professora ao explicar que sua filha tem dificuldade para interagir, falar e andar e que a ausência das terapias resulta em piora no quadro, tanto motor, quanto cognitivo e comportamental.
Ainda de acordo com a mãe, o custo aproximado das terapias que sua filha precisa é de R$20 mil mensais, pois ela necessita de quatro a cinco sessões por semana, das mais variadas especialidades, como Fisioterapia, Fonoterapia, Terapia Ocupacional e Psicoterapia ABA.
A professora já está em contato com um advogado para reverter a situação e garantir as sessões de terapia para sua filha. O jurista afirma que a cláusula impondo o limite de 40 sessões por ano é abusiva.
OUTRO LADO
Até o momento da publicação dessa matéria, a redação do Estadão Mato Grosso não conseguiu contato com o Bradesco Saúde.