O quadro de contaminados e de óbitos da covid-19 em Mato Grosso tende a se agravar nos próximos dias. A informação foi divulgada pelo deputado Ludio Cabral (PT), durante a 21ª reunião extraordinária da Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social da Assembleia Legislativa, realizada hoje (3), pela manhã, quando o parlamentar mostrou os cálculos atualizados da Secretaria de Saúde do estado (SES).
O deputado compõe a Comissão e fez um balanço dos últimos dados divulgados pelo governo do estado, baseado em gráficos, onde demonstra que a doença aumentou gradativamente devido ao período das campanhas eleitorais entre os dias 10 e 28 de novembro.
“A preocupação que tínhamos sobre o aumento do número de casos da covid em Mato Grosso está se confirmando. Estamos no meio da semana etimológica 49, que vai do dia 29 de novembro até o dia 5 de dezembro. A curva epidêmica está atualmente muito elevada e preocupa drasticamente. O cenário da semana 48 (23 a 28 de novembro) demonstra que houve um grande aumento de casos por causa das campanhas eleitorais”, alerta Cabral.
O deputado falou que na semana 49, equivalente de domingo até quinta-feira passada, portanto quatro dias, foram notificados 2.210 novos casos. De acordo com os números, se mantiver essa tendência para os próximos dias, essa semana fechará com uma nova elevação dos números, podendo chegar até 3.800 novos casos de infectados.
“Chegamos num patamar de movimento de descuido para novos casos da doença. Estou informando baseado em dados com gráficos. A média móvel diária de sete dias é de 515 casos entre os jovens. Um número muito alto com reflexo de movimentação até o dia 15 de novembro se mostrando preocupante”, avaliou o deputado.
Para Lúdio Cabral, se o número de casos continuar subindo, o governo do estado terá que tomar novas medidas preventivas para conter o aumento do covid em Mato Grosso.
“Observamos um aumento na taxa de contagem. Infelizmente, é uma segunda onda ou é uma elevação dentro da primeira onda. Ainda não temos essa definição porque o Estado não tinha baixado os números de casos e de óbitos. A tendência é uma retomada nos números de casos de infectados e também de óbitos em Mato Grosso. Nas próximas semanas teremos mais elevação, tanto para média dia de contaminados quanto para média óbitos diários”, prevê o parlamentar.
Cabral sugeriu que a Comissão de Saúde oficialize, a partir das análises dos números, que o Estado está vivendo uma nova elevação de casos.
“Pelos cálculos que venho acompanhando semanalmente, nós chegaríamos no início de fevereiro sem óbitos no estado, porém, com esse aumento, infelizmente, a tendência foi revertida para um novo aumento de casos. Nas duas últimas semanas, os números de novos casos de contaminação e de mortes subiram muito. Esse é o cenário que estamos vivenciando hoje”, relatou ele.
Ao final da explanação, o parlamentar disse que a população não pode manter o comportamento que vem tendo, ou seja, sem uso de máscara e falta de distanciamento onde há aglomeração de pessoas e sugeriu precaução.
“Não se trata de isolamento social ainda, mas sim, de reforçar o diálogo de medidas de prevenção da doença. Muito provavelmente nos próximos dias teremos que tomar novas medidas para conter o rápido avanço da doença em Mato Grosso”, explicou ele.
O vice-presidente da comissão, deputado Dr. João (MDB) falou que o Estado tem um inimigo comum que é o Covid 19 e é com ele que a população tem que brigar.
Ele esclareceu que a Comissão de Saúde realizou 21 reuniões extraordinárias e quatro ordinárias para mostrar os dados e debater sobre a doença em Mato Grosso. Ao longo dessas reuniões, ele explicou que os principais assuntos debatidos foram preparar as unidades hospitalares para receber os pacientes; preparar tecnicamente os trabalhadores da saúde para receber os pacientes com suspeitas confirmadas e os portadores do vírus; contenção do avanço da doença no Estado; tratamento dos profissionais de saúde que contraíram a doença; atender os municípios mais distantes e carentes.
Diante do avanço da doença em Mato Grosso, Dr. João solicitou que a Comissão convoque um representante do governo para discutir o assunto e debater sobre as emendas que foram destinadas ao Hospital do Câncer.
“É importante a presença do governo para explicar o que aconteceu com a emenda de R$ 3 milhões para a UTI Pediatríca do hospital que não foi aplicada para melhorar a estrutura. Não temos qualquer resposta do Estado e por isso é importante para a Comissão saber o que aconteceu com o dinheiro”, disse ele.