As famílias brasileiras ampliaram o uso do cartão de crédito em abril, fazendo a modalidade chegar ao recorde histórico entre os principais tipos de dívida. Conforme dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o fenômeno acontece nos dois grupos de renda, acima e abaixo de 10 salários mínimos. No geral, a proporção das famílias com cartão de crédito como principal modalidade de dívida chegou ao recorde de 80,9%.
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Em ambas as faixas de renda, o endividamento no cartão alcançou proporções máximas históricas. Naquelas com até dez salários, o cartão de crédito foi apontado como o principal tipo de dívida por 80,9% delas, enquanto nas famílias com mais de dez salários, o uso do cartão de crédito representou 81,9% do total.
Cheque especial e crédito consignado também se destacaram entre as modalidades que foram mais procuradas na passagem mensal. Com grande liquidez e juros ainda relativamente baixos, os financiamentos de casa e carro também tiveram crescimento dentre os tipos de dívida em abril.
MENOS ATRASO - A quantidade de famílias com dívidas ou contas em atraso caiu pelo oitavo mês consecutivo, alcançando 24,2% em abril, 1,1% abaixo do apurado em abril de 2020. O grupo das famílias com renda de até 10 salários mínimos teve queda no número de inadimplentes, saindo de 27,2% em março para 26,9% em abril. Essa é a menor proporção desde janeiro de 2020
O mesmo não ocorreu dentre as famílias que ganham acima de dez salários mínimos. Nesse caso, o percentual aumentou de 12,2% em março para 12,3% em abril, maior proporção desde abril de 2018.
Apesar de a inadimplência ter caído pelo oitavo mês seguido, a economista Thais Sampaio avisa que ainda é cedo para comemorar.
“Essa tendência de queda de maus pagadores é muito relativo e está cedo para afirmar isso, até porque as famílias estão se reorganizando. Não sabemos como vão continuar sustentando as famílias e pagando as contas. Devido à crise econômica atual, ainda não podemos afirmar que a inadimplência irá cair”, adverte.
Os dados da Peic são coletados em todas as capitais dos estados e no Distrito Federal, com a participação de aproximadamente 18 mil consumidores.