O comércio mato-grossense estima contratar 1,3 mil trabalhadores temporários para atender à demanda extra do Natal e Ano Novo. A previsão foi feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que também calcula uma média salarial nacional 4,6% maior que a do ano passado. Os maiores salários deverão ser pagos para cargos de operadores de caixa (R$ 2.272,78) e repositores de mercadorias (R$ 1.576,24).
A crise causada pela pandemia de covid-19 vai afetar o número de contratos temporários para as vendas de final de ano. A quantidade esperada é 23% menor que a de 2019, quando a estimativa era de 1,7 mil vagas. Caso seja confirmada a projeção deste ano (1,3 mil), Mato Grosso ocupará a 12ª posição dentre os estados que mais contratam.
Apesar da quantidade de vagas previstas ser menor, a expectativa do comércio é de aumento no faturamento. “Estamos otimistas para que o faturamento de dezembro de 2020 tenha um crescimento de 3% a 5% comparado ao mesmo período do ano passado. Isso em função da nossa geografia, a nossa pujante economia e o momento econômico que vivemos hoje”, afirma Junior Macagnam, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Calçados e Couros (Sincalco-MT).
Para Junior, Mato Grosso foi o estado menos afetado pela pandemia, porque a safra continuou e muitas cidades do interior praticamente não fecharam o comércio. “Então, estamos em um momento especial na economia do estado”, pontuou.
O número de contratados temporários previsto para Mato Grosso também é o menor dos últimos três anos e se iguala ao de 2016 (1,3 mil). No entanto, as contratações do Natal influenciado pela pandemia ainda são superiores às observadas entre 2014 e 2015, anos marcados pela ‘grande recessão brasileira’.
Naquele período também houve uma mudança de comportamento das contratações de fim de ano. Até 2014, a temporada de oferta de vagas no varejo costumava ocorrer entre os meses de setembro e novembro. Porém, a partir da recessão econômica, a lenta recuperação do consumo fez com que o setor começasse a concentrar as contratações temporárias nos meses de novembro e dezembro. Segundo a CNC, entre 2009 e 2014, 21% das vagas eram preenchidas até outubro. Nos últimos cinco anos, esse percentual passou para 13%.
“Ainda [há] elevada incerteza quanto à capacidade da economia e do consumo em sustentar o ritmo de recuperação nos próximos meses deverá fazer com que a taxa de efetivação dos trabalhadores temporários após o Natal seja a menor dos últimos quatro anos – cenário distinto daquele observado até 2014 quando, em média, 30% dos trabalhadores temporários contratados costumavam ser efetivados”, destaca a pesquisa CNC.