A produção da indústria mato-grossense foi a que mais que cresceu no trimestre encerrado em julho, apesar de ter sofrido um leve recuo no último mês, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, Mato Grosso foi um dos cinco estados que registraram crescimento da produção industrial no período, ao passo que os demais estados apresentaram queda.
Conforme os dados do IBGE, a produção industrial cresceu 1,7% em Mato Grosso no trimestre móvel encerrado em julho. Porém, a indústria mato-grossense registrou queda de 1,3% no mês de julho, após duas altas consecutivas, acompanhando a tendência nacional de perda de ritmo de produção.
Em julho deste ano, 14 dos 15 estados analisados pelo IBGE apresentaram queda na produção industrial. A única exceção foi o estado do Ceará, que registrou crescimento de 1,2%. Segundo o analista da pesquisa, Bernardo Almeida, essa queda no ritmo de produção é explicada pela alta taxa de juros, que impõe um freio aos investimentos e acaba afetando negativamente a cadeia produtiva.
“É possível perceber uma perda de ritmo na indústria nacional como um todo, que pode ser observada desde março, quando atingiu um crescimento de 1,1%. Isso pode ser explicado pela conjuntura atual, pela taxa de juros que ainda se encontra em um patamar elevado, o que pressiona a linha de crédito disponível para o investimento. Isso recai diretamente sobre a cadeia produtiva, sobre as tomadas de decisões por parte dos produtores, já que o investimento se torna mais caro. Isso vale também para os resultados regionais, com um cenário disseminado de resultados negativos em 14 dos 15 locais pesquisados”, apontou o analista.
No acumulado dos últimos 12 meses, a indústria de Mato Grosso apresenta um crescimento de 5,9%, o melhor desempenho do país. Apenas outros 5 estados apresentaram crescimento da produção nos últimos 12 meses: Amazonas (5,7%), Rio de Janeiro (5,3%), Minas Gerais (3,6%), Goiás (0,6%) e São Paulo (0,1%).
Na avaliação a superintendente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Fernanda Campos, a produção de proteína animal foi o segmento que mais contribuiu para o aumento no índice de produção. Essa avaliação é corroborada pela pesquisa do IBGE, que indica um crescimento de 4,74% na indústria de alimentos somente este ano e uma alta de 6,26% em relação ao mesmo mês do ano passado.
“A indústria de alimentos se mantém aquecida. O aumento do consumo interno e a abertura de novos mercados para a proteína animal mato-grossense contribuíram com esse crescimento”, destacou Fernanda.
O setor de biocombustíveis é o segundo que mais cresceu em Mato Grosso ao longo de 2023. Entre janeiro e julho, a produção de biocombustíveis registrou alta de 1,96%. Por outro lado, o setor de produtos químicos apresenta retração de 4,07% no mesmo período, sendo o ‘maior perdedor’ do ano.
ACUMULADO DO ANO
De forma geral, a indústria mato-grossense cresceu 1,9% entre janeiro e julho deste ano. Isso se deve aos tropeços registrados nos dois primeiros meses do ano, especialmente em fevereiro, quando a produção industrial recuou 7,4%.
