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Opinião Sexta-feira, 30 de Abril de 2021, 10:39 - A | A

Sexta-feira, 30 de Abril de 2021, 10h:39 - A | A

EDITORIAL - 30/04/2021

A insegurança aumenta

Os efeitos econômicos da segunda onda da pandemia de covid-19 continuam trazendo seus efeitos perversos para as famílias brasileiras. A crise é potencializada pela lentidão na vacinação, lançando um mar de incertezas e inseguranças sobre os consumidores. Como resultado, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medida em pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), despencou 2,5%, atingindo 70,7 pontos, o menor nível desde novembro de 2020, quando atingiu 69,8 pontos.

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Além disso, foi o pior mês de abril da série histórica. O índice permanece abaixo do nível de satisfação (100 pontos) desde abril de 2015. A insatisfação com o momento atual da economia é geral, mas é maior entre as famílias com renda inferior a 10 salários mínimos (68,1 pontos) do que entre as famílias mais abastadas (83,4 pontos). Essa insatisfação mais forte levou as famílias a reavaliar suas percepções de longo prazo. Dessa forma, a tendência positiva observada nos últimos cinco meses na Perspectiva de Consumo foi quebrada, com o item alcançando o menor patamar desde outubro do ano passado.

O mercado de trabalho também alimenta a incerteza das famílias em relação ao enfrentamento da crise econômica. Tanto o indicador do Emprego Atual quanto o da Perspectiva de Emprego registraram queda no mês. Mesmo assim, o índice que se refere às expectativas de curto prazo permaneceu como o maior indicador do mês e a taxa mensal negativa de abril não foi suficiente para superar o crescimento de março.

A avaliação da renda atual também se deteriorou. O número de famílias que considera sua renda atual inferior à do ano passado cresceu de 40,3% em março para 41,2% em abril. Esta foi a maior percepção de piora desde novembro de 2020, quando correspondeu a 41,7% das famílias. A maior parte das famílias (59,9%) também considera que seu nível atual de consumo é pior do que no ano passado.

De uma forma geral, fica evidente o descontentamento das famílias brasileiras com a condução da crise sanitária e econômica por parte do governo. A melhora da situação atual segue condicionada ao avanço da vacinação, que tem andado “a passos de formiga”. Enquanto não houver melhora significativa nesse quesito, continuaremos à deriva em meio à crise da pandemia.

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