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Opinião Quinta-feira, 12 de Outubro de 2023, 07:44 - A | A

Quinta-feira, 12 de Outubro de 2023, 07h:44 - A | A

FRANKES MARCIO

O sangrento conflito na Palestina

Frankes Marcio*

Que o Oriente Médio é uma das zonas mais belicosas do Globo os estudantes já sabem muito bem, que a região da Palestina é um lugar de difícil convívio entre Árabes e Judeus também muitos estudiosos já sabem, agora que fosse estourar mais um grave conflito na região pouca gente poderia prever por conta das sucessivas tentativas de paz no Oriente Médio.

​As raízes do conflito Árabes x Judeus remonta aos tempos bíblicos entre os filhos do patriarca Abraão da Bíblia, de onde surgiu Ismael pai dos Árabes e Isaque pai dos Judeus. Do povo Árabe surge numerosa e cada vez mais influente religião que temos que é o Islamismo e dos Judeus surge o Judaísmo. Essas duas religiões somadas ao Cristianismo são as mais importantes religiões monoteístas do mundo moderno, e todas elas têm fortes laços históricos na região da Palestina.

 

​A Organização das Nações Unidas (ONU) em 1947 institui no papel dois Estados nações na Palestina; um Estado para o povo Judeu denominado Israel e um para o povo Árabe chamado de Palestina, sendo que Jerusalém a cidade eterna seria considerada uma cidade internacional, fora do controle absoluto de qualquer povo. Esse arranjo Geopolítico nunca funcionou nos ditames propostos pela ONU pois a partir de então foram desencadeados vários conflitos de tomada de territórios uns dos outros.

​Os Árabes islâmicos que nasceram na região da Palestina denominados de Palestinos nunca puderam ter sua pátria e por isso criaram a organização denominada de Organização Para Libertação da Palestina em 1964, que desde então faz a luta armada para ter dois espaços a Cisjordânia e Faixa de Gaza como seu para formar o seu país de fato. Esses dois espaços tem sido foco das lutas entre Palestinos e Israelenses.

​Na década de 1980 após inúmeros embates que vitimaram principalmente palestinos, surgiu na Faixa de Gaza um grupo denominado Hamas - Movimento de Resistência Islâmica, um grupo radical de origem étnica e religiosa que prega a extinção do Estado de Israel. A organização de Hamas é tão grande que além do braço armado também tem o braço político, pois eles controlam a política na faixa de Gaza com apoio da maioria dos mais de 2 milhões de palestinos que habitam na Faixa de Gaza.

​Para conter o avanço de incursões terroristas em Israel a partir dos anos 2000 o governo israelense vem construindo barreiras físicas entre palestinos e israelenses, confinando os palestinos em verdadeiros currais cercados de muros, arames e forças do exército de Israel. Essas barreiras aumentaram as tensões políticas na região com constantes ameaças e fechamento de barreiras entre os dois povos.

​Para surpresa global no dia 07 de Outubro de 2023 o Hamas fez um ataque surpresa a Israel que conseguiu ultrapassar as barreiras impostas por Israel por terra, pelo mar e pelo ar, pois pela primeira vez os terroristas do Hamas usaram parapentes para transpor as barreiras e atacar os espaços de Israel. O ataque além de matar civis e soldados Israelenses tinha por objetivo fazer sequestros de cidadãos de Israel e os levar para a faixa de Gaza. Até o momento que escrevemos essas linhas não temos ao certo o número de pessoas sequestradas, no entanto sabemos que essas pessoas sequestradas serão usadas como escudos humanos e serão moeda de troca de presos no final do conflito.

​As forças de Israel foram pegas de surpresa, e algo semelhante só havia acontecido no dia 06 de outubro de 1973, a exatos 50 anos atrás na batalha denominada de Yom Kippur (dia do perdão) feriado religioso em Israel. Na época o embate durou 18 dias em deixou mais de 20 mil mortos. O próprio partido Likud do atual premie israelense Benjamin Netanyahu de extrema direita surgiu em uma crítica a fragilidade de Israel de receber um ataque surpresa no Yom Kippur. As forças de segurança, monitoramento e espionagem de Israel não conseguiram prever o atual ataque surpresa, por conta disso após o conflito Netanyahu terá dificuldades de se manter no poder político de Israel.

​Não sabemos ao certo quanto tempo durará o atual conflito, mas uma coisa é certa teremos milhares de mortos pois nas primeiras horas do confronto mais de mil pessoas já perderam suas vidas.

​Esse é mais um capítulo da sangrenta e imbricada relação Geopolítica do Oriente Médio e com certeza a instabilidade na região irá reverberar nas mais diferentes relações econômicas, sociais e culturais nos mais diferentes espaços da Terra.

*FRANKES MARCIO BATISTA SIQUEIRA é doutor em Cultura contemporânea e professor

 
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