Novas informações sobre o envolvimento do empresário Luiz Miguél Melek, de 40 anos, apontam um elo entre ele e um dos criminosos envolvidos no assalto a duas agências bancárias na cidade de Nova Bandeirantes, no dia 4 de junho. Luiz Miguel é um dos quatro mortos no confronto com o Batalhão de Operações Especiais (Bope) na última quinta (10). Familiares contestaram a ação policial e afirmaram à imprensa que ele era refém dos bandidos e teria sido morto injustamente.
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O Estadão Mato Grosso apurou nas redes sociais que Luiz e Romário de Oliveira Batista eram amigos no Facebook. Além disso, um chegou a curtir publicações do outro poucos dias antes do assalto.
A relação entre Luiz Miguel e Romário é investigada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). Na manhã deste sábado (12), a caminhonete de Romário foi encontrada na casa de Luiz Miguel.
Romário de Oliveira Batista, 35. Era natural de Angical do Piauí (PI) e possuía antecedentes criminais por furtos e roubos realizados nos Estados da Bahia e Pernambuco.
Já o empresário Luiz Miguél Melek, 40 anos, era natural de Missal (PR). Ele morava em Alta Floresta e não possuía histórico criminal ou mandado de prisão em aberto. A família alega que ele era trabalhador e pode ter sido feito de refém e morto durante o confronto ao ser confundido com um dos integrantes do grupo criminoso.
Agentes que participaram das ações afirmam que Luiz Miguel deu apoio na fuga dos criminosos em sua caminhonete e que teria corrido para a mata com os demais criminosos durante a abordagem.
A reportagem do Estadão Mato Grosso conversou novamente com o irmão do empresário, que afirmou desconhecer a suposta amizade entre Luiz Miguel e Romário. Ele foi taxativo em dizer que o irmão era inocente.
O CASO
Uma quadrilha que realizou dois assaltos simultâneos às agências do banco Sicredi na cidade de Nova Bandeirantes (997 km de Cuiabá) está sendo procurada pelas Forças Policiais de Mato Grosso. O crime aconteceu no final da manhã do dia 4 de junho, logo após o feriado de Corpus Christi.
Vídeos filmados por populares mostram que os bandidos estavam fortemente armados, com fuzis, durante a ação. Eles fizeram um cerco na cidade e utilizaram várias pessoas como escudo humano.
Segundo informado pelo Bope, mais de 30 pessoas foram feitas reféns por pelo menos 12 homens, que usavam roupas camufladas. Os reféns foram colocados nas carrocerias das caminhonetes usadas pela quadrilha na fuga e liberados posteriormente.
Nesta modalidade de assalto, conhecida popularmente como 'novo cangaço' os bandidos utilizam populares escolhidos de forma aleatória para servirem como 'escudos humanos'. Eles invadem as agências e realizam o saque utilizando de violência extrema.