O governador Mauro Mendes (DEM) criticou a falta de respaldo do governo federal para abrir novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratar os pacientes de covid-19. Em conversa com jornalistas nesta terça-feira (9), ele revelou que o Estado tem investido o dobro do valor que o governo federal aplica para poder manter as UTIs abertas em Mato Grosso.
As críticas foram feitas logo após o evento de lançamento de mais 10 leitos de UTI em Primavera do Leste (244 km de Cuiabá), cidade que já estava com mais de 90% de ocupação.
Conforme o governador, o financiamento dos leitos de UTI é feito tanto pelo governo federal quanto do estadual. Contudo, a União não estaria enviando recursos suficientes para arcar com sua parte e o Estado precisa desembolsar recursos próprios para manter em operação os leitos de UTI.
“Existe uma grande reclamação dos secretários e dos governadores, porque é uma obrigação do SUS fazer esse financiamento. Mas como ele não faz, nós assumimos o compromisso com as prefeituras, com os prestadores de serviço. [...] Infelizmente não tá habilitando e o governo estadual está honrando sozinho esses R$ 2 mil de muitos leitos que estão sendo habilitados, principalmente neste ano de 2021”, disse.
Mauro explicou que cada leito de UTI custa, em média, R$ 2 mil por dia. Desse valor, o governo federal deveria desembolsar R$ 1,6 mil, para o Estado complementar com R$ 400. Só que a situação se inverteu e hoje o Estado tem investido quase o dobro do que o governo federal envia.
“Nós estamos gastando, em média, R$ 15 milhões por mês do governo do Estado para financiar essas UTIs. E o governo federal, que no mínimo deveria ser 50%, hoje é só R$ 8,8 milhões. Então, nós estamos gastando o dobro do que o governo federal está gastando, porque não está habilitando leitos, não está mandando financiamento. Isso é um problema não só em Mato Grosso, é no Brasil inteiro”, disse o governador.
Apesar da redução na contrapartida federal, o governo planeja abrir novos leitos de UTI em outras cidades de Mato Grosso que funcionam como polos regionais de saúde. A previsão é que 10 leitos sejam abertos em Sinop, Rondonópolis e Lucas do Rio Verde, totalizando 30 novas vagas para pacientes graves de covid-19.
