O secretário estadual de Fazenda, Rogério Gallo, garantiu que não é necessário o estado tirar recursos do Mais MT para aplicar na Saúde, de forma a reforçar o combate contra o novo coronavírus. Em conversa com jornalistas nesta quarta-feira (24), ele afirmou que não falta dinheiro para o Estado abrir UTIs, mas, sim, materiais e profissionais qualificados.
Gallo destacou que Mato Grosso recebeu em torno de R$ 300 milhões do governo federal para investir em ações contra a pandemia e fez aplicou todo o dinheiro, saindo de 120 leitos de UTI exclusivos para covid-19, para um total de 525. Ou seja, aumentou em quatro vezes o número de leitos de UTI.
Segundo o secretário, essa ampliação fez com que Mato Grosso tivesse a maior relação de leitos de UTI para cada grupo de 100 mil habitantes entre os estados do Centro-Oeste.
“Nós abrimos leitos efetivamente de UTI. O problema hoje não é abrir leitos de UTI. Dinheiro nós temos, o que falta são as condições materiais para que isso ocorra. Pergunte a um prefeito que quer abrir UTI se vai conseguir equipe médica ou kit intubação. Acabei de falar com o secretário de fazenda de Minas Gerais, e ele me disse que tem 800 pessoas na fila lá para UTI e amanhã já acaba o kit intubação. O que falta são as condições”, argumentou.
O secretário também garantiu que o Estado possui recursos suficientes para continuar bancando sozinho os leitos de UTI já criados, sem ajuda do governo federal. Contudo, afirma que é preciso a União habilitar os leitos que foram desabilitados e repassar os recursos federais, que não são pagos desde dezembro.
O governo federal ainda não conseguiu aprovar a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021 e, por isso, tem atrasado os repasses para os estados. A previsão é que o Orçamento seja votado nesta quinta-feira (25). Só após a aprovação no Congresso e sanção pelo presidente é que os recursos serão desbloqueados.
Gallo reforça que a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) é tripartite. Por isso, quando o Estado passa a bancar sozinho o sistema, precisa retirar dinheiro que seria investido em outras áreas. Já em relação à habilitação de novos leitos, o secretário destacou que a nova variante do vírus tem uma grande capacidade de transmitir e agravar a situação da pessoa muito rápido, em uma velocidade que nem a rede pública nem a privada conseguem atender.